O ex-policial Juan Wolk, de 77 anos, condenado à prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura militar argentina, fugiu de sua casa no último domingo (06/05). Ele cumpria pena domiciliar, mas estava prestes a ser transferido para uma prisão comum.
A fuga de Wolk foi descoberta quando a polícia encontrou sua casa vazia. Ex-delegado de polícia, ele era apelidado de “O Nazista” e “Alemão”. Foi chefe da prisão clandestina conhecida como “Pozo de Banfield”, onde desapareceram centenas de pessoas durante a ditadura (1976-1983). Entre os desaparecidos estavam dez adolescentes sequestrados por pedirem a gratuidade da passagem de ônibus públicos para estudantes de ensino médio.
A prática de tortura e o assassinato desses adolescentes, relatada pelo único sobrevivente da chamada “Noite dos Lápis”, foram crimes pelos quais o ex-delegado foi condenado. Cumpria pena perpétua, mas pediu para se manter recluso em casa por conta de sua idade avançada.
Wolk foi condenado após um julgamento realizado em 2007, depois de parentes de uma de suas vítimas terem descoberto que o oficial falsificou uma ata de falecimento. O juiz Arnaldo Corazza tinha determinado a transferência de Wolk para uma prisão comum após um tribunal supremo anular o benefício de prisão domiciliar, tal como reivindicavam movimentos humanitários.
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