“A demanda por recursos energéticos russos na Europa continua sendo alta e não faz sentido falar sobre a saída da Rússia dos mercados europeus”, afirmou à Sputniknews Yuri Pilipson, diretor do departamento europeu do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Ao mencionar o caso da Bulgária, país europeu que negou-se a pagar a entrega do gás russo em rublo, como sancionado pelo presidente russo Vladimir Putin em março passado, Pilipson lamentou que o governo búlgaro “tenha seguido um caminho diferente” do que a lei russa pedia.
“Ao mesmo tempo, não faz sentido falar sobre a expulsão da Rússia dos mercados europeus, a demanda por recursos energéticos russos na Europa continua sendo alta. Se o governo búlgaro quisesse sinalizar que o gás russo não estava mais entrando no país, mas sim o gás turco, então eles teriam que pagar um extra para mudar o rótulo, naturalmente às custas de seus contribuintes”, enfatizou Pilipson.
Em 23 de março do ano passado, Putin, anunciou que os pagamentos de gás natural russo exportado para os países da União Europeia (e outros Estados que introduziram sanções contra a Rússia) deveriam ser feitos em rublos. Em seguida, afirmou que, caso os “países hostis” não pagassem em rublo a partir de 1° de abril, a Rússia consideraria isso como uma falha no cumprimento das obrigações nos contratos de gás.
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Prédio sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em Moscou
Neste contexto a situação na Bulgária piorou no fim de abril, quando a Gazprom interrompeu as entregas ao país devido ao não pagamento em rublos, segundo o novo esquema.
“Não vemos uma lógica econômica clara em tais ações: os custos aumentam, há riscos de escassez dos volumes necessários. Os consumidores búlgaros, por sua vez, estão convencidos de que o aumento real dos preços do gás é compensado pelo mítico fortalecimento da segurança energética da Bulgária”, disse o diplomata russo, comentando que Sofia ´[capital da Bulgária] parou de receber gás russo devido à recusa em pagar as entregas em rublos.
Pilipson ainda observou que o procedimento de pagamento proposto pela Rússia em abril é “transparente, simples e confiável, e muitas empresas europeias o usam com sucesso”.
(*) Com Sputniknews