Três deputadas anunciaram nesta quarta-feira (20/02) sua saída do Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, por discordâncias referentes às negociações do Brexit.
Anna Soubry, Sarah Wollaston e Heidi Allen são contra a retirada do país da União Europeia e decidiram se juntar a um grupo independente formado por oito deputados dissidentes do Partido Trabalhista, de oposição.
Segundo as parlamentares, o Partido Conservador está condicionado pelos “falcões brexiteers”, os mais radicais defensores do Brexit, e pelo Partido Unionista Democrático (DUP), legenda de direita da Irlanda do Norte.
A medida não muda a correlação de forças na Câmara dos Comuns, já que as três sempre votaram contra o governo nas questões do Brexit, porém representa mais um golpe político em May. Acredita-se que a união entre trabalhistas e conservadores descontentes com o Brexit possa dar vida a um novo partido.
“O Brexit remodelou o Partido Conservador, desfazendo todos os esforços para modernizá-lo”, disseram Soubry, Wollaston e Allen. “O país precisa de algo melhor”, acrescentaram. O “divórcio” está marcado para ocorrer em pouco mais de um mês, no dia 29 de março, e ainda não há um acordo que garanta uma separação ordenada.
May voltará a Bruxelas para tentar renegociar o “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, mas a UE já disse que não pretende mudar os termos do tratado.
Grupos anti-Brexit ainda alimentam a esperança de realizar um segundo plebiscito sobre a saída da União Europeia, ideia negada pelo governo.
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A primeira-ministra Theresa May ainda tenta renegociar Brexit