Os deputados constituintes Manuel Woldarsky e Alejandra Pérez, da bancada Lista del Pueblo, foram presos nesta quinta-feira (15/07) em Santigo, no Chile, durante uma manifestação que pedia a liberdade de detidos no âmbito dos protestos sociais em 2019.
Woldarsky e Pérez foram transferidos junto com outras seis pessoas para a Terceira Delegacia de Polícia de Santiago, após diversos parentes dos que ainda estão presos se acorrentaram às grades da Catedral de Santiago.
Pelo Twitter, a Lista del Pueblo afirmou que a policia chilena impediu que os deputados tivessem acesso aos advogados. Ainda segundo a bancada, foi ordenada a libertação de Woldarsky e Pérez. No entanto, a medida ainda não foi cumprida.
“Por continuar a luta para libertar os presos políticos… deputados da Lista del Pueblo são golpeados e detidos”, disse a organização.
De acordo com o jornal La Nación, a detenção foi realizada de forma “violenta”. Woldarsky gravou um vídeo de dentro da delegacia afirmando que o detiveram “sem nenhum motivo”. “Não me falaram o motivo da minha prisão, nem quem é o oficial encarregado e de qual será meu local de detenção. Estou preso junto a Alejandra Pérez”, disse.
Reproução/ @AdelPuebloD10
Chilenos estavam em frente à Catedral de Santiago quando foram reprimidos por agentes da polícia chilena
Sobre o episódio, o deputado Rodrigo Rojas declarou que estavam acompanhando os familiares dos presos em um protesto pacífico quando foram reprimidos e golpeados por agentes das Forças Especiais de Carabineros.
À CNN Chile, Rojas disse que a manifestação foi “invadida por um grupo gigante de Carabineros”. Ele questionou o trabalho da polícia chilena e denunciou que, cada vez mais, se distanciam da “preocupação com a ordem e a segurança dos cidadãos”.
Por conta da detenção, a Mesa Diretiva da Assembleia Constitucional, presidida pela líder mapuche Elisa Loncón, postergou a sessão que aconteceria na tarde desta quinta. Através do Twitter, a Assembleia afirmou que estava “atendendo a situação de dois deputados constituintes que foram detidos em uma manifestação”.
A Assembleia Constituinte do Chile iniciou seus trabalhos no começo de junho, quando foram eleitos 155 deputados que deverão redigir uma nova Constituição chilena para acabar com a carta de Augusto Pinochet (1973-1990).
Os constituintes terão prazo de nove meses, prorrogáveis por mais três meses, para elaboração da Constituição, que deverá ser finalmente aprovada por plebiscito popular.
(*) Com Télam.