O parlamento da Venezuela acusou o Estados Unidos de financiarem organizações, meios de comunicação e jornalistas oposicionistas ao governo do presidente Hugo Chávez para desestabilizar o país.
Segundo o deputado Manuel Villalba, já foram desembolsados 50 milhões de dólares a associações não governamentais, com o intuito de cooptar jovens em universidades, jornalistas e meios privados para estabelecer comandos de operações que buscam debilitar o processo de mudanças conhecido como Revolução Bolivariana.
Entre as organizações beneficiadas com o financiamento, de acordo com Villalba, estão a Espaço Público, o Instituto de Imprensa e Sociedade, o Centro para a Divulgação do Pensamento Econômico e a Fedecâmaras (Federação de Câmaras e Associações de Comércio e Produção), todos os quais realizam constantes pronunciamentos contra o atual governo.
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Diante da denúncia, integrantes do Partido Socialista Unido da Venezuela solicitaram ao Conselho Nacional Eleitoral uma investigação pelo suposto financiamento dos EUA à campanha eleitoral da oposição.
Segundo a investigadora Eva Golinger, um relatório da Fundação Nacional para a Democracia (National Endowment for Democracy) revelou que os setores opositores nacionais recebem desde 2002 cerca de 40 milhões de dólares anuais, desembolsados por diferentes organismos estadunidenses e europeus.
Além disso, o MPN (Movimento Jornalismo Necessário) pediu ao Ministério Público que indague sobre a entrega de cerca de quatro milhões de dólares a repórteres e meios de imprensa da Venezuela, canalizados através de três entidades públicas norte-americanas: A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento, Freedom House e a Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos.
Documentos do Departamento de Estado norte-americano descobertos recentemente evidenciam que mais de 150 jornalistas venezuelanos foram capacitados e treinados pelas agências dos EUA, enquanto 25 páginas na internet foram sustentadas pela mesma via, assegurou o representante do MPN, Harín Rodríguez, em declarações à Prensa Latina.
“Em um contexto prévio às eleições legislativas de 26 de setembro, estamos alertando a nação que está sendo testemunha de alguns meios de comunicação financiados pelos Estados Unidos para propugnar ideias e defender interesses que não são os dos venezuelanos”, enfatizou Rodríguez.
Para ele, a denúncia e a investigação “não se tratam de condenar os que têm um pensamento diferente, mas sim os que tentam defender os interesses de outro país em solo venezuelano”.
Em uma tentativa de esconder suas ações, a maioria dos nomes das organizações e pessoas que receberam esses fundos multimilionários foram censuradas, porém, um relatório de 2008 revelou a identidade de duas associações envolvidas nos fatos, Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade.
“Muitos dos jornalistas que se dizem independentes, que falam de liberdade de expressão, são capacitados por instituições norte-americanas e contribuem a difundir matrizes de falsas opinião”, acrescentou Rodríguez.
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