O governo grego enviou, nesta quinta-feira (19/02), um pedido de extensão, por seis meses, dos empréstimos internacionais, como confirmou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em sua conta de Twitter. A aceitação do pedido e as condições para atendê-lo serão discutidas entre a Grécia e os parceiros europeus. Caso ele seja negado, o país irá à bancarrota.
“Recebi o pedido grego para uma extensão de seis meses”, disse o holandês. A reunião para discutir a questão será realizada nesta sexta (20/02) às 15h de Bruxelas, acrescentou.
Received Greek request for six months extension.
— Jeroen Dijsselbloem (@J_Dijsselbloem) 19 fevereiro 2015
Na última terça-feira (17/02), fontes do governo já haviam sinalizado que o país avançaria com um pedido à zona do Euro para prolongar o prazo do acordo de empréstimo.
Tal solicitação não é o mesmo que prorrogar o programa de assistência da troika — Comissão Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional ) —, como o governo grego fez questão de ressaltar.
Agência Efe
Premiê grego Alexis Tsipras durante conversa con o ministro de Finanças Yanis Varoufakis
Dijsselbloem deu o prazo limite de sexta-feira (20/02) para que a Grécia peça um prolongamento do acordo com a troika.
Já o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, disse, em tom otimista, que “no grupo de trabalho do euro, vai haver uma boa conclusão a nível técnico. Vamos ter de chegar a acordo sobre a análise técnica e penso que na sexta-feira, através da teleconferência, haverá uma aprovação das posições da Grécia”.
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O governo de Alexis Tsipras pede que os parceiros europeus assegurem à Grécia o financiamento que o país precisa para cumprir os seus compromissos externos e domésticos durante seis meses.
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Caso o pedido não seja aceito, o país irá à bancarrota. Os cofres do Estado grego só têm dinheiro para mais algumas semanas.
O atual programa da troika termina em 28 de fevereiro e o governo do partido antiausteridade Syriza se recusa a renová-lo.
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“Falta legitimidade à troika”
Nesta quarta-feira à noite, o presidente da Comissão Europeia e ex-presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Jucker, reconheceu que “falta legitimidade democrática” à troika.
“Pecamos contra a dignidade dos povos, especialmente na Grécia, em Portugal e também na Irlanda. Eu era presidente do Eurogrupo e pareço estúpido em dizer isto, mas há que retirar lições da história e não repetir os erros”, afirmou Juncker, em declarações no Comitê Econômico e Social Europeu, em Bruxelas.
Juncker disse ainda que é hora de emendar o erro. “A troika é pouco democrática, falta-lhe legitimidade democrática e devemos rever essa questão quando chegar o momento”.