Uma semana após a visita do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao país, Israel anunciou que vai construir mais de 1.800 casas em assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
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O chanceler dos EUA vem há meses tentando mediar o diálogo entre israelenses e palestinos — os assentamentos judaicos são um dos principais obstáculos ao acordo.
De acordo com o jornal Washington Post, o anúncio deveria ter sido feito antes. Entretanto, por “cortesia diplomática” a pedido dos EUA, o Ministério da Habitação de Israel decidiu postergar o comunicado até que Kerry encerrasse a visita.
Israel informou na última sexta-feira (10/01) que lançará licitações para construir 801 unidades em assentamentos da Cisjordânia e 1.076 em Jerusalém Oriental. Ambos são territórios palestinos ocupados por Israel em 1967.
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Desde o início do atual processo de negociação entre israelenses e palestinos impulsionado pelos EUA, Israel abriu concorrência pública para a construção de 5.349 casas em assentamentos judaicos, 2.258 na Cisjordânia e 3.019 em Jerusalém Oriental.
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“Destruição dos esforços de paz”
O chefe negociador palestino e diretor da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Saeb Erekat, condenou a ação, que “reflete o claro compromisso de Israel com a destruição dos esforços de paz e a imposição de um regime do apartheid”.
Erekat manifestou, em comunicado, que a decisão “serve de lembrete à comunidade internacional de que (deve) romper todos os laços com a ocupação israelense, incluindo companhias e instituições envolvidas na colonização da Palestina”.
Em novembro, a equipe negociadora palestina se recusou a seguir dialogando com Israel diante do que considerava uma falta de seriedade e boa fé na negociação, precisamente pela continuação do projeto colonizador israelense.
Apesar da decisão, que parece obedecer a um gesto político de frustração e denúncia, ambas as partes mantiveram os contatos sob o apoio de Washington, apesar de ainda não ter resultados.