A ex-presidente Dilma Rousseff manifestou nesta segunda (11/11) apoio e solidariedade a Evo Morales, que renunciou à presidência da Bolívia após sofrer um golpe de Estado neste domingo (10/11).
Dilma afirmou que o episódio foi um “atentado” contra a democracia latino-americana e ao povo boliviano.
“Manifesto total solidariedade ao presidente legítimo da Bolívia, Evo Morales, que foi destituído por um golpe militar, teve a casa invadida pela polícia e sofreu um mandado de prisão ilegal. Um atentado gravíssimo à democracia na Am. Latina e uma violência contra o povo boliviano”, disse.
FORTALEÇA O JORNALISMO INDEPENDENTE: ASSINE OPERA MUNDI
A ex-mandatária brasileira ainda apontou que as “elites” da América Latina mostram sua repulsa à “democracia sempre que perdem eleição”. Dilma também disse que deve-se “repudir” a tendência de golpes no continente.
“Os golpes voltaram à América Latina. Sejam parlamentares e judiciários, sejam militares, devemos repudiar e combater fortemente essa tendência. O que aconteceu com o presidente Evo Morales mostra a repulsa das elites latino americanas à democracia sempre que perdem eleição”, afirmou.
Manifesto total solidariedade ao presidente legítimo da Bolívia, @evoespueblo, q foi destituído por um golpe militar, teve a casa invadida pela polícia e sofreu um mandado de prisão ilegal. Um atentado gravíssimo à democracia na Am. Latina e uma violência contra o povo boliviano.
— Dilma Rousseff (@dilmabr) November 11, 2019
Os golpes voltaram à América Latina. Sejam parlamentares e judiciários, sejam militares, devemos repudiar e combater fortemente essa tendência. O que aconteceu com o presidente @evoespueblo mostra a repulsa das elites latino americanas à democracia sempre que perdem eleição.
— Dilma Rousseff (@dilmabr) November 11, 2019
O presidente do partido grego Syriza, Alexis Tsipras, também expressou solidariedade a Morales. O ex-primeiro ministro da Grécia também expressou seu “respeito” ao povo boliviano.
“Quero expressar minha solidariedade e todo meu respeito a Evo Morales e ao povo da Bolívia frente todas as tentativas de retornar os dias sombrios dos golpes de Estado e da violência. Que a democracia vença #EvoNãoEstáSozinho”, disse.
Quiero expresar mi solidaridad y todo mi respeto a Evo Morales @evoespueblo y al pueblo de Bolivia al frente a todos intentos a regresar los días oscuros de los golpes del Estado y de la violencia. Que gane la democracia. #EvoNoEstasSolo
— Alexis Tsipras (@tsipras_eu) November 11, 2019
Palácio do Planalto/Flickr
Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia, após golpe de Estado
O Grupo de Puebla, que reúne 30 líderes progressistas de 12 países da América Latina, também manifestou apoio a Morales e rechaçou o golpe de Estado na Bolívia. Em nota, o grupo exigiu que órgãos internacionais de direitos humanos “esclareçam os atos de violência cometidos” no país.
“Nos solidarizamos com o povo irmão da Bolívia nessa hora de sofrimento e reclamamos a continuidade do processo eleitoral transparente e sem restrições”, afirma o texto.
O grupo ainda disse que se solidariza com todos os “funcionários que impulsionaram políticas públicas de inclusão social, redução da pobreza e da desigualdade e da participação cidadã”.
Leia nota na íntegra do Grupo de Puebla:
Una vez más, la constitución y el Estado de derecho de Bolivia fueron violados interrumpiendo un mandato constitucional. Los graves hechos ocurridos en los últimos días se intensificaron en Bolivia. Fuerzas de la oposición desencadenaron movilizaciones políticas acompañadas de actos de violencia, humillación de autoridades democráticamente elegidas, invasión, saqueo y quema de casas, secuestro y amenazas de familiares para llevar a cabo un golpe de estado y forzar la renuncia del presidente Evo Morales y su vicepresidente Álvaro García-Linera, legal y democráticamente elegidos.
Todas las iniciativas de diálogo y negociación ofrecidas por el Gobierno del presidente Evo Morales fueron rechazadas. Las recomendaciones de la OEA de una nueva contienda electoral fueron aceptadas por el Presidente Morales, dirigidas al Parlamento boliviano, incluso con la recomendación de una renovación completa de los órganos electorales y la posibilidad de contar con nuevas candidaturas.
Pero la oposición optó por la intransigencia, la radicalización y la ruptura democrática, abriendo un grave antecedente de un nuevo golpe de estado en la larga historia de interrupciones democráticas en el país. Particularmente grave fueron los comportamientos ilegales e irresponsables de las fuerzas policiales y finalmente, de las propias fuerzas armadas que acompañaron al golpe.
Por todo esto, el Grupo de Puebla expresa su solidaridad con el pueblo boliviano, su Presidente Evo Morales y su vicepresidente Álvaro García-Linera y con todos los funcionarios que impulsaron políticas públicas de inclusión social, reducción de la pobreza y la desigualdad y de participación ciudadana.
Exigimos el respeto a la integridad física de todos y cada uno de los miembros del Gobierno, autoridades locales, militantes, líderes sociales y sus familiares. Es inaceptable la violencia a la que ya muchos fueron sometidos.
Nos solidarizamos con el pueblo hermano de Bolivia en estas horas de sufrimiento y reclamamos la continuidad del proceso electoral transparente y sin restricciones.
Y exigimos a los Órganos Internacionales de Derechos Humanos garantizar el esclarecimiento de los actos de violencia cometidos, el juicio y castigo a los responsables, y el restablecimiento del orden, la paz, la convivencia social y la democracia en Bolivia.
Firmado, 10 de noviembre de 2019
Celso Amorim
Cuauhtémoc Cárdenas
Karol Cariola
Luiz Inácio Lula da Silva
Julián Domínguez
Marco Enríquez-Ominami
Fernando Haddad
Camilo Lagos
Fernando Lugo
Clara López Obregón
Esperanza Martínez
Verónika Mendoza
Aloizio Mercadante
Alejandro Navarro
Carlos Ominami
Gabriela Rivadeneira
Dilma Rousseff
Carlos Sotelo
Jorge Taiana
Carlos Tomada