Em seu discurso durante a 15ª Cúpula do Brics, na cidade sul-africana de Johanesburgo, nesta quinta-feira (24/08), a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, por sua sigla em inglês), afirmou que a instituição buscará ajudar os países do continente africano a superar os principais desafios que enfrentam atualmente.
“O NDB tem potencial para ser o líder de projetos que abordam os desafios mais urgentes dos países africanos”, afirmou a brasileira, que assumiu o comando da instituição com sede em Xangai em abril deste ano, há pouco mais de quatro meses.
A presidente do organismo que também é conhecido como “Banco do Brics” salientou que a participação da África no Investimento Direto Estrangeiro (IDE) aumentou de 4,9% do IDE global em 2010 para 8,8% em 2021. “É um avanço significativo, mas podemos e devemos buscar um crescimento muito maior”, acrescentou Dilma.
Segundo a presidente, a África tem o maior potencial hidroelétrico inexplorado do mundo e que o NDB pode ajudar o continente a colocar em prática os projetos já existentes nesta área.
Dilma também ressaltou que “outro dos desafios que devemos superar é a expansão dos mecanismos de pagamento, nomeadamente moedas locais e outros instrumentos financeiros que eventualmente possam ser criados para construir um novo sistema financeiro, mais multilateral e inclusivo”.
Ainda segundo a presidente do NDB, os países do Brics “são bons parceiros para a África”. Ela também enfatizou que bloco já está trabalhando em projetos relacionados a infraestruturas físicas e digitais no continente, bem como projetos educacionais.
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Segundo Dilma, NDB pode ser um parceiro estratégico para o desenvolvimento dos países do continente africano
Na jornada de quarta-feira (23/08), Dilma fez seu discurso na Cúpula, no qual destacou o trabalho de recuperação do Banco do Brics em sua gestão e apontou a “busca por uma maior diversificação de moedas” como uma das prioridades do NDB atualmente.
“O Banco realizou várias captações bem-sucedidas em renminbi no mercado chinês e, na semana passada, também conseguiu realizar uma emissão pioneira em rands, aqui mesmo na África do Sul. Estamos em estágio avançado de obtenção das aprovações necessárias para emitir títulos em rúpias na Índia e também iniciamos estudos legais para nos capacitar a captar recursos em reais brasileiros”, declarou a presidente.
Dois novos membros africanos
Nesta mesma quinta-feira, o Brics anunciou uma expansão inédita, ao incorporar seis novos membros para serem integrantes da organização, que passaria a se chamar Brics Plus.
Entre os novos integrantes estão dois novos países africanos: Egito e Etiópia, o que se unem à África do Sul, anfitriã da cúpula do organismo este ano, tornando o continente africano o segundo com maior representação dentro da entidade, com três membros, ficando atrás da Ásia, que tem cinco.
Além dos dois novos sócios africanos, o Brics passará a contar com outros quatro países: Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes e Irã.
Com informações de Sputnik News e Reuters.