Agência Efe
A Organização das Nações Unidas confirmou que o diplomata argelino Lakhdar Brahimi (foto à esquerda) irá substituir Kofi Annan no cargo de Enviado Especial da ONU para a Síria, anunciou nesta sexta-feira o vice-porta-voz da entidade, Eduardo del Buey.
“O secretário-geral admira a vontade de Brahimi de trazer seu considerável talento e experiência para esta tarefa crucial para a qual precisará do apoio firme, claro e unido da comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança”, disse ele em entrevista coletiva.
No entanto, o diplomata argelino assumirá formalmente suas funções apenas depois de se reunir com o sul-coreano Ban Ki Moon, secretário geral da ONU, em Nova York. Del Buey não informou a data da viagem, mas afirmou que será em breve.
Com 78 anos, o diplomata argelino tem longa experiência em resolução e negociação de conflitos, tendo servido como enviado especial ao Iraque logo após a invasão norte-americana, no Afeganistão durante e depois do governo talibã e na África do Sul depois do fim do apartheid. De acordo com as fontes citadas pela Al Jazeera, Brahimi não será nomeado apenas se algum governo discordar da decisão.
Se escolhido, Brahimi terá de lidar com uma complicada situação na Síria, que não só divide a sociedade do país como também as potências internacionais, descrita por Annan como praticamente insolúvel.
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Annan foi responsável pela formulação de plano de paz para a Síria, no qual sugere a criação de um governo de transição composto por membros do governo dopresidente Bashar al Assad e de grupos de oposição ao regime. O documento exclui, no entanto, a participação de oficiais cuja presença poderia dificultar os esforços de conciliação.
Esta última cláusula não foi aprovada em Genebra em decorrência da posição da China e da Rússia, que se opõem a saída de Assad do governo do país. Quando renunciou ao cargo, Annan denunciou a falta de unidade na comunidade internacional para pôr fim a 17 meses de conflito armado.
“É impossível para mim ou para qualquer outra pessoa convencer o governo e a oposição a dar os passos necessários para abrir um processo político”, acrescentou ele em entrevista coletiva em Genebra, na qual anunciou sua renúncia ao cargo no último dia 2.