O deputado ultradireitista Javier Milei teve uma votação expressiva nas primárias argentinas deste domingo (13/08). Com mais de 80% das urnas apuradas, o candidato pelo Liberdade Avança alcançou 31%, contra 28% da soma da coalizão de direita Juntos pela Mudança, com Patricia Bullrich, e 27% da aliança peronista União pela Pátria, liderada por Sergio Massa, que ficou em terceiro.
A se confirmar os números, a terceira colocação do peronismo neste domingo será o pior resultado em 12 anos de eleições primárias.
Na disputa individual, Massa, que é ministro da Economia argentina, conquistou 21% dos votos válidos. Por sua vez, Bullrich, que disputava a vaga dentro da coalizão com Horacio Larreta, teve 17%.
Apesar dos baixos números nas pesquisas eleitorais, Milei era um dos principais candidatos a avançar ao segundo turno. Representante da extrema direita argentina, ele mantém contato com a família Bolsonaro e com outras lideranças do campo conservador pelo mundo. O candidato se apresenta como um político “diferente de tudo o que está ai”. Uma das principais propostas do líder do Liberdade Avança é dolarizar a Argentina e fechar o Banco Central.
Massa se tornou o principal nome dos peronistas para a sucessão presidencial. Mesmo sendo um candidato mais ligado ao mercado e à centro direita e vivendo no olho do furacão da crise econômica argentina, ele ganhou protagonismo pelo aumento de vagas de emprego e a negociação com o Fundo Monetário Internacional.
Já Bullrich disputava internamente na coalizão, que tem o ex-presidente Mauricio Macri como líder, a cabeça de chapa contra Horacio Larreta. A rivalidade dentro da aliança gerou uma fragilidade no campo da oposição, muito também por conta da campanha de Milei, que conseguiu tirar o protagonismo do direitista Juntos pela Mudança. Com 11% dos votos neste domingo, Larreta reconheceu a derrota e parabenizou sua adversária.
Reprodução/ @JMilei
Ultradireitista Javier Milei tem votação expressiva e lidera primárias na Argentina
O que são as PASO?
Chamadas PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), foram criadas em 2009, ainda no primeiro mandato da peronista Cristina Kirchner, mas só passaram a funcionar nas eleições de 2011. O principal objetivo era diminuir o número de candidaturas.
Nas prévias argentinas apenas os candidatos que receberam menos de 1,5% dos votos são impedidos de concorrerem nas eleições de outubro.
Elas servem, na verdade, como um grande termômetro do que será levado às urnas no primeiro turno das eleições, marcado para o dia 22 de outubro. Se houver necessidade, o segundo turno será disputado em 19 de novembro.
(*) Com Brasil de Fato.