Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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O Knesset, o Parlamento israelense, deu um primeiro passo em direção a possíveis novas eleições, votando nesta segunda-feira (27/05) a primeira leitura de um projeto de lei para se autodissolver. O texto ainda terá que ser aprovado em mais duas leituras.

A votação deste texto reflete a crise que atravessa a direita israelense, que ganhou 65 assentos no parlamento, em meio a um total de 120. Uma vantagem numérica que não consegue aproveitar e a constituição de um governo se transformou em um impasse.

Yaron Deckel, jornalista político israelense, responsabiliza o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: “Ele deu a impressão de que não estava com pressa. Alguns membros de sua futura coalizão o culparam de ser arrogante”. Com seus 35 assentos no Knesset, Netanyahu tem “boas razões para ser arrogante”, disse Yaron Deckel. “Mas isso não é suficiente quando você quer formar um governo”.

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Para governar, Netanyahu ainda precisa de uma coalizão no Parlamento e as negociações com outros partidos de direita tropeçam na questão do serviço militar para os ultra-ortodoxos.

O ex-ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, ultranacionalista e laico, enfrenta a oposição de partidos religiosos. E a crise é séria, segundo Abraham Diskin, professor emérito de ciência política da Universidade Hebraica de Jerusalém.

“Todo mundo subiu e ninguém parece pronto para descer”, disse. “E há uma possibilidade real de termos eleições antecipadas. Este seria um fato sem precedentes em Israel”, avalia o professor.

Embora ele possa conseguir formar uma coalizão in extremis, Netanyahu pode se ver à frente de um governo potencialmente enfraquecido por suas divisões antes mesmo de tomar posse.

Vitoriosa no voto, direita não consegue formar um governo, enquanto o prazo legal para formar uma coalizão expira nesta quarta-feira

Wikicommons

Para governar, Netanyahu ainda precisa de uma coalizão no Parlamento