A economia dos Estados Unidos registrou contração de 0,9% de abril a junho, pelo segundo trimestre consecutivo, aumentando os temores de uma recessão em 2022. O resultado divulgado nesta quinta-feira (28/07) pelo Departamento do Comércio está abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,3%.
No primeiro trimestre, o produto interno bruto (PIB) americano já havia sofrido queda de 1,6%. Em teoria, dois trimestres seguidos de contração significam uma “recessão técnica”.
Os EUA também enfrentam uma espiral inflacionária que fez o Federal Reserve (Fed) elevar os juros em 0,75 ponto percentual na última quarta-feira (27/07), medida que pode contribuir para desacelerar a economia.
A Casa Branca minimiza o risco de recessão em 2022 e diz que o PIB vai se recuperar ainda neste ano, mas o resultado aferido até o momento pode impactar nas eleições de meio de mandato, em novembro, quando o presidente democrata Joe Biden arrisca ver os republicanos recuperarem a maioria no Congresso.
Fed volta a subir juros
O Fed anunciou nesta quarta-feira (27/07) que elevou as taxas de juros dos Estados Unidos para uma faixa de 2,25% a 2,50%, um aumento de 0,75 ponto percentual.
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Casa Branca minimiza o risco de recessão em 2022 e diz que o PIB vai se recuperar ainda neste ano
Com a decisão, o Banco Central norte-americano manteve o ritmo de alta dos juros da reunião realizada em junho e indicou o segundo aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual, medida mais agressiva desde os anos 1980 para tentar combater a inflação.
“A inflação permanece elevada refletindo desequilíbrios entre oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia, e pressões mais amplas sobre os preços”, diz o comunicado divulgado após o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Em nota, o Fed reitera que está “muito atento” aos riscos, lembrando que a guerra na Ucrânia também está afetando a inflação. “Prevemos que os atuais aumentos das taxas serão apropriados. O Fed está fortemente comprometido em trazer a inflação de volta à meta de 2%”, acrescenta.
Nos últimos meses, os Estados Unidos têm visto o aumento dos juros num cenário de inflação bastante elevada. Os preços ao consumidor, inclusive, subiram 9,1%, na maior alta desde novembro de 1981.
(*) Com Ansa.