Em anúncio mútuo, a editora britânica Penguin, especializada na venda de clássicos da literatura a preços acessíveis adquiriu por um valor não divulgado 45% da Companhia das Letras, uma das principais empresas do segmento no Brasil.
“Não houve nenhuma mudança no controle. O acordo é uma associação com o melhor e o maior grupo editorial do mundo”, declarou o presidente da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, que explicou que 55% da propriedade da empresa permanecem nas mãos das famílias Schwarcz e Moreira Salles.
Com o acordo, o conselho editorial da Companhia das Letras será composto pelo casal Luiz e Lilia Schwarcz, por Fernando Moreira Salles e pelos diretores da Penguin, John Makinson e Coram Williams.
O acordo com a editora Penguin, que está presente em mais de 60 países, prevê a criação de uma nova empresa, que também será de propriedade da própria Companhia das Letras. “Essa holding, ainda sem nome, será criada para ser um canal da relação com a editora Penguin”, explicou Luiz Schwarcz.
Desde setembro de 2009, a Companhia das Letras era signatária de um acordo para publicar no Brasil os clássicos da Penguin. As negociações para a entrada do grupo britânico como sócio da editora brasileira foram iniciadas na Feira Literária Internacional de Paraty do ano passado. Para John Makinson, o Brasil representa o terceiro mercado emergente mais importante para Penguin, ficando atrás da China e da Índia.
Ainda que o acordo não permita que a editora brasileira publique todos os títulos da Penguin, o editor assegura que “a Companhia das Letras passa a ter um acesso muito próximo” à Penguin, sem que sofra alterações editoriais.
Fundada em 1986, a Companhia das Letras já lançou cerca de 3 mil obras, de 1,3 mil autores, e é proprietária de sete marcas, incluindo a Companhia das Letrinhas (para o público infantil), Companhia do Bolso (livros de baixo custo) e a editora Claro Enigma. Ela também possui direitos autorais de inúmeros autores brasileiros, como Jorge Amado, Fernando Morais, Vinícius de Moraes e Lygia Fagundes Telles, além dos direitos no Brasil sobre escritores portugueses como José Saramago e Fernando Pessoa.
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