O primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, tem usado os testes feitos pela Coreia do Norte como ponto principal de sua plataforma política para as eleições parlamentares que ocorrem neste domingo (22/10) no país. As pesquisas mostram que a estratégia tem dado certo: o partido do premiê lidera as intenções de voto, com vantagem confortável em relação à oposição.
Um levantamento realizado entre os dias 14 e 15 deste mês mostrou uma diferença expressiva entre Abe e a segunda colocada, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike. O Partido Liberal Democrata (LPD), ao qual Abe pertence, tem 32,9% das intenções de voto, o que o distancia bastante de Koike, membro do partido conservador Kibo no To. Ela aparece somente com 15% das intenções de voto.
O Partido Democrático Constitucional do Japão, do liberal Yukio Edano, vem logo atrás com 14,6%. O Komeito, partido da coalizção de Abe, tem 8,5% e, em seguida os comunistas do JCP possuem 5,4% das intenções de voto.
Mesmo com os resultados favoráveis, Abe pode perder a maioria de 2/3 que sua coalizão tem no Parlamento, ainda que mantenha a maioria.
Agência Efe
Pesquisas mostram que estratégia de usar o temor aos testes norte-coreanos vem impulsionando a campanha de Abe
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A maioria dos eleitores apoia sua política de linha dura contra Pyongyang. A baixa taxa de natalidade, a população idosa – que representa uma parcela expressiva do país – e o programa de mísseis da Coreia do Norte vem representando uma “crise nacional” para o Japão, afirmou Abe. O chefe de Governo defende a revisão da Constituição pacifista do Japão, liberando a atuação de tropas do país em missões no exterior – o que é atualmente proibido.
Eleições antecipadas
No fim de setembro, o premiê japonês dissolveu o Parlamento e antecipou as eleições em mais de um ano. De acordo com o primeiro-ministro, o objetivo da convocação seria revalidar o mandato do governo, empreender reformas econômicas e enfrentar a crise da Coreia do Norte.
“Vai ser uma batalha dura. Nestas eleições, se trata de perguntar ao povo japonês quem pode proteger suas vidas e a sua existência pacifica”, disse Abe, em um comunicado, durante uma reunião com o seu grupo parlamentar após a dissolução da Câmara Baixa.