A poucas horas das eleições norte-americanas de meio de mandato, o clima já esquentava nos Estados Unidos, na última segunda-feira (07/11). A votação pode resultar em diversos cenários e irá determinar a maneira como o presidente Joe Biden governará nos dois próximos anos.
Uma grande parte do Parlamento será renovada após as eleições norte-americanas de meio de mandato, na terça-feira (08/11). Estão em jogo os 435 assentos da Câmara de Representantes, além de 35 das 100 cadeiras do Senado.
A votação é muitas vezes vista como um referendo sobre o presidente em exercício. O partido no poder tende a perder assentos no Congresso, principalmente se, como é o caso de Biden, o índice de aprovação do presidente for inferior a 50%.
Por dois anos, os democratas tiveram uma estreita maioria na câmara baixa e um único assento a mais na câmara alta, o da vice-presidente Kamala Harris. As pesquisas preveem uma clara vitória dos republicanos na Câmara dos Representantes, que também podem retomar o controle do Senado.
A votação desta terça permitirá redesenhar a paisagem política para os dois próximos anos nos Estados Unidos, quando ocorrerão as eleições presidenciais. Todas as atenções se voltam aos Estados-chave, onde democratas e republicanos travam uma queda de braço.
Os duelos mais aguardados são no Arizona, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, cinco Estados onde Biden conseguiu virar o jogo e se sagrou vencedor em 2020. Outra disputa aguardada diz respeito ao Nevada, onde a briga entre democratas e republicanos é intensa.
White House/ Cameron Smith
Presidente Biden pode perder maioria no Congresso e no Senado após eleição de meio de mandato
Milhões de dólares são gastos há vários meses onde a competição está apertada para o cargo de senador, como no Wisconsin, Pensilvânia e Geórgia. Neste último, as atenções se concentram também no duelo pelo cargo de governador, entre o republicano Brian Kemp e a democrata Stacey Abrams, que perdeu por pouco há quatro anos.
Outra aguardada disputa ocorre no Michigan, onde a governadora democrata Gretchen Whitmer tenta permanecer no cargo. No entanto, para isso, precisa bater o republicano Tudor Dixon, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump.
Futuro da democracia norte-americana
A exemplo de Trump, muitos candidatos republicanos alegam que a eleição presidencial de 2020 foi fraudada. Entre eles, cerca de 300 ameaçam não reconhecer derrota caso democratas sejam vencedores. É o caso do Nevada ou do Arizona, onde os candidatos conservadores afirmam que rejeitarão vitórias que não sejam de seu partido.
No domingo (06/11), em um comício na Filadélfia, Biden voltou a falar em defesa da democracia. O evento contou com a presença do ex-presidente Barack Obama, que fez um alerta à população. “Uma economia justa que dá oportunidades aos trabalhadores, é isso que está em jogo. As liberdades estão em jogo. A verdade, os fatos, a lógica, a razão e a decência estão em jogo. A democracia está em jogo, os riscos são grandes!”, disse.
Cerca de 40 milhões de norte-americanos já votaram antecipadamente, indicou o canal de TV NBC News no domingo. Os eleitores votarão também para eleger representantes locais, chefes de polícia e se pronunciarão em referendos locais, quatro deles sobre o direito ao aborto.