O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, gastou 34 milhões de euros (47,5 milhões de dólares) com festas e presentes dados a mulheres em 2010, de acordo com o jornal Corriere della Sera em sua edição de hoje (09/03). Os dados foram levantados pela Promotoria de Milão, que investiga Berlusconi, de 74 anos, pelos crimes de abuso de poder e exploração sexual de menor.
De acordo com o jornal, o primeiro-ministro gastou 120 mil euros em gravatas, lenços e outros acessórios e 65 mil euros em jóias. Além disso, Berlusconi teria pago mais de 280 mil euros para comprar ao menos 13 automóveis entregues às modelos que participaram de festas promovidas por ele, descreve o relatório da Promotoria.
O líder italiano usou 675 mil euros para alugar uma casa perto da localidade de Portofino, no litoral italiano – somente com gás e eletricidade foram gastos mais 900 mil euros. Outros 650 mil euros foram gastos em lojas de antiguidade e galerias de arte.
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De fato, parte dos “presentes” era dada a jovens menores de idade, que constam no processo judicial movido contra ele. Segundo o jornal italiano, Berlusconi deu 562 mil euros a 14 meninas por terem participado de festas em sua residência, em Arcore, no norte da Itália. Uma delas, Angela Sozio, fotografada en uma das festas 'bunga-bunga', como eram chamadas, recebeu 100 mil euros.
O advogado de Berlusconi e membro de seu partido, Niccolo Ghedini, qualificou a publicação dos valores de “violação da vida privada” e negou ter recibido 441 mil euros em honorários.
Acusação
Em 15 de fevereiro a Justiça Cristina Di Censo, do Tribunal de Milão, aceitou o pedido da Procuradoria e decidiu que Berlusconi deve ser julgado imediatamente por exploração de menor e abuso de poder.
No procedimento imediato não está prevista a realização de uma audiência preliminar, pois os promotores já têm evidências suficientes para pular a fase inicial. O julgamento começará em 6 de abril no Tribunal de Milão.
Segundo a promotoria, Berlusconi teve relações sexuais com um “número significativo” de jovens, entre elas a marroquina Karima El Mahroug, conhecida como Ruby, quando ela ainda não havia completado 18 anos. A acusação sustenta que a jovem participou, em 2010, de festas realizadas por Berlusconi em Arcore.
Este caso se soma aos outros dois julgamentos e à audiência preliminar que Berlusconi tem pendentes ainda em Milão, por corrupção e fraude fiscal.
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