A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, discursou nesta quarta-feira (17/01) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, destacando os problemas ligados à crise da criminalidade que atravessa seu país.
Segundo ela, a insegurança afetou a população civil, razão pela qual “o país ficou paralisado pelo medo e pela falta de oportunidades”.
Sommerfeld abordou a crise social enfrentada por grande parte da população equatoriana, com apenas sete em cada dez pessoas com pleno emprego e poucas oportunidades de trabalho para os jovens.
Neste contexto socioeconômico, a chanceler argumentou que os índices de criminalidade aumentaram “tremendamente” na sociedade, o que “ enfraqueceu todas as instituições que têm a ver com a segurança e o sistema de Justiça”.
Sommerfeld destacou que 40 mil empresas equatorianas fecharam em 2022 e apontou para o problema das chamadas 'vacunas', pagamentos exigidos pelo crime organizado para os pequenos empresários se manterem ativos.
Cancillería del Ecuador/Twitter
Gabriela Sommerfeld afirmou que Equado ficou paralisado "por medo e falta de oportunidades"
“O primeiro gerador de trabalho são os pequenos negócios. Se estamos a afetando a base produtiva, o que podemos esperar? Obviamente que cada vez mais pessoas se juntem a este crime organizado”, concluiu a ministra nomeada pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa.
A chefe das Relações Exteriores contou como o governo, em conjunto com o Ministério Público, lançou uma operação em dezembro passado que levou a “muitos movimentos violentos profundos”.
Sommerfeld fez referência ao decreto emitido por Noboa em 8 de janeiro, estabelecendo o Estado de emergência no país, e em sequência, o segundo decreto, de 9 de janeiro, reconhecendo um conflito armado e identificando “22 grupos terroristas” no país, segundo ela.
Em final de seu discurso, Sommerfeld agradeceu o apoio internacional enviado ao Equador, afirmando que esses problemas “não correspondem apenas ao nosso país, porque o crime organizado é alimentado pelo tráfico de drogas e pela mineração ilegal”, sublinhou.
(*) Com RT en Español