A última pesquisa Invamer, um levantamento bimestral que mede o índice de aprovação e rejeição dos chefes de Estado colombianos, divulgada no fim de fevereiro, indicou um salto expressivo na popularidade do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, após mais de um ano e meio liderando o país: de seu pior índice de apoio registrado em dezembro passado, de 26%, aos 35% atuais.
Segundo uma matéria publicada pelo jornal espanhol El País, em 29 de fevereiro, a taxa de aprovação do governo colombiano conseguiu se recuperar após ter atingido suas “mínimas”. Em questão de dois meses, Petro conseguiu reconquistar nove pontos percentuais.
O primeiro levantamento realizado neste ano incluiu 1.200 entrevistados situados em Bogotá, Cali, Medellín, Barranquilla e Bucaramanga, e revelou que 35% aprovam sua gestão, enquanto 58% rejeitam. A pesquisa ainda descobriu que 23% dos cidadãos acreditam que a Colômbia está melhorando e 63% seguem pessimistas.
Eleito com um pouco mais de 50% dos votos no segundo turno da corrida presidencial, na primeira medição da Invamer, realizada em agosto de 2022, Petro tinha alcançado a taxa de 56% de aprovação, enquanto 20% rejeitavam. A partir do início de 2023, o colombiano entrou em “território negativo”, segundo o El País. Já o pior cenário vivenciado pelo mandatário foi em dezembro de 2023, na pesquisa anterior, quando a taxa de aprovação despencou para 26% contra 66% de rejeição.
De acordo com um analista ouvido pela reportagem, Sergio Guzmán, da consultoria Colombia Risk Analysis, trata-se de um cenário “não totalmente inesperado”. Para o especialista, embora as “grandes reformas propostas pelo governo” – incluindo pautas de saúde, pensões e trabalho – continuem paralisadas no Congresso, Petro tem conseguido controlar a inflação, a reduzir taxas de juros e, sobretudo, a conformar um clima de mudança política com a chegada de “prefeitos distantes ao governo” em Cali e Medellín.
Em duas cidades, a porcentagem daqueles que acreditam que o cenário está melhorando disparou: de 21% para 46% na capital de Antioquia, e de 19% para 39% no Valle del Cauca.
Simultaneamente, os prefeitos das cinco principais cidades colombianas começaram o ano com índices de aprovação acima de 50%. Federico Gutiérrez, em Medellín, registra 76% de aprovação, contra a desaprovação recorde com que Daniel Quintero se despediu. Em Barranquilla, Alex Char obteve 74%. Alejandro Eder, que acaba de se inscrever em Cali para sediar a COP 16, começa com 64%. Em Bucaramanga, o pastor Jaime Andrés Beltrán tem 61%. E Carlos Fernando Galán, que conseguiu uma votação histórica em Bogotá, inicia seu mandato com 54% de apoio.
Sobre a pouca confiança nas instituições colombianas, como o Congresso (62% de rechaço), o Supremo Tribunal Federal (57%), o Ministério Público (54%) e a Procuradoria-Geral da República (42%), Guzmán explica que se trata de uma ruptura que a população teve durante o segundo mandato de Juan Manuel Santos, em meio à intensa oposição do Centro Democrático aos diálogos com a guerrilha das FARC.
Chama a atenção que, no momento, a segurança e a ordem pública se tornaram os principais problemas do país para 29% dos consultados, superando as preocupações em torno do desemprego e da economia.
Em relação às questões vinculadas aos acordos de paz e negociações que a Colômbia faz com os grupos armados, 61% acreditam que tais implementações andam na direção errada, contra os 27% que entendem o contrário.
No entanto, a maioria dos inquiridos (53% contra 43%) concorda no avanço de negociações com os guerrilheiros do ELN, incluindo a primeira mesa que foi aberta no âmbito da política de paz total. Já na pesquisa anterior, em dezembro, pela primeira vez, o número de pessoas que preferia uma pausa nas negociações tinha sido maior (49% contra 47%).