A Igreja Anglicana aprovou nesta segunda-feira (14/07) a possibilidade de mulheres se tornarem bispas, rompendo com mais de 2 mil anos de tradição cristã e 20 anos de divergências internas para inserir a esfera feminina no episcopado. A medida foi votada em um Sínodo realizado na Universidade de York, no norte da Inglaterra, pelos membros das três câmaras que compõem o órgão executivo da Igreja Anglicana: laicos, clérigos e bispos.
Efe
Sínodo – assembleia convocada por autoridades eclesiásticas – aconteceu nesta segunda em York
Com o resultado, as primeiras nomeações de mulheres como bispas já poderão ser efetuadas em 2015. O primeiro trabalho diocesano previsto para ser aberto a mulheres será realizado na cidade de Gloucester, no início de janeiro.
Em seguida, as próximas bispas devem ser escolhidas em reuniões em Oxford e Newcastle. No entanto, nenhum grande trabalho está previsto para se tornar vago em um futuro imediato nessas igrejas, aponta o The Guardian.
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O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, foi um dos principais nomes a favor da aprovação da proposta. Welby afirmou que a medida vai mostrar ao mundo como cristãos poderiam praticar um “bom desacordo” e caracterizou a exclusão de mulheres do episcopado como “incompreensível”, segundo a agência Efe.
Em 2012, houve uma tentativa de aprovação a uma proposta semelhante, mas acabou sendo fracassada, sobretudo por membros do bloco evangélico conservador do Estado. Este grupo específico, que defende que os homens nunca devem ser ensinados por mulheres, não ficou satisfeito com o resultado e compartilhou sua visão de que a “liderança” da Igreja deve ser sempre conduzida pelo sexo masculino.
A Comunhão Anglicana, uma fraternidade de 40 províncias autônomas e interdependentes, é uma das comunidades cristãs mais numerosas do mundo, com aproximadamente 77 milhões de membros, de acordo com a agência Ansa.