Cerca de 50.000 pessoas participaram da marcha “pela educação pública”, convocada pela Coordenação de Sindicatos do Ensino do Uruguai (CSEU), na última quinta-feira (06/10) com a presença de lideranças secundaristas, que também ocuparam escolas.
A manifestação, que ocorreu na esplanada da Universidade da República (Udelar), ocupou mais de duas quadras da Avenida 18 de Julio, a rua mais importante da cidade de Montevidéu, capital do país.
Segundo os sindicatos do país, o corte salarial na Administração Pública Nacional de Educação (ANEP) foi de 150 milhões de dólares (carca de 780 milhões de reais). Enquanto que, no caso das universidades uruguaia, 7% do orçamento foi perdido.
Sob o slogan “Não obtenha o mesmo, vamos defender a educação pública!”, a marcha foi realizada nas proximidades do Poder Legislativo, denunciando cortes nos investimentos em diferentes níveis da educação pública do país.
Héctor Cancela, presidente da Associação de Professores de Udelar (ADUR), afirmou que um dos eixos centrais da manifestação era mostrar a rejeição do baixo orçamento definido pelo governo uruguaio ainda na quinta.
ADUR/Twitter
Cerca de 50.000 pessoas participaram da marcha ‘pela educação pública’ no Uruguai
Funcionários dos Ministérios do Trabalho, da Economia e Finanças afirmaram, durante reunião com a ADUR, que o Estado uruguaio não destinará fundos adicionais ao centro educacional, sob a justificativa de que a perda do salário real é de 2,9%, e eles oferecem recursos para compensá-lo.
A Rendición de Cuentas, que funciona como um balanço de contas anual, foi aprovada no Senado em apenas três dias, sem reajustes nos investimentos para a educação pública no país. Greves universitárias começaram na última terça-feira (04/10) nas faculdades de Medicina, Psicologia, Ciências Sociais e a filial de Salto do Cenur Litoral Norte, que foram ocupadas.
O secretário da Federação Nacional dos Professores de Educação Secundária (Fenapes), Emiliano Mandacen, por sua vez, definiu o protesto como uma “marcha massiva”, ainda declarando esperar que “isto marque um antes e um depois”. “Temos insistido para que haja verdadeiras áreas de negociação”, disse.
Mandacen acrescentou que “isto é uma prova do isolamento da transformação educacional em relação aos principais atores da educação e esperamos que nas próximas horas sejam estabelecidas verdadeiras áreas de negociação”.
(*) Com Telesur.