O EI (Estado Islâmico) divulgou neste sábado (11/10) imagens das supostas ações do grupo no centro da cidade síria de Kobani, na fronteira com a Turquia. Pelo menos sete ataques foram realizados hoje pelos extremistas, que já controlam cerca de 40% da cidade curda. As ações foram respondidas com uma ofensiva do Comando Central dos Estados Unidos, que bombardeou a cidade pelo menos seis vezes.
Após conquistar o quartel-general das forças curdas, o próximo passo dos extremistas é tentar controlar o posto fronteiriço com a Turquia, a cerca de um quilometro de distância do país vizinho. As Nações Unidas temem um “massacre” caso os jihadistas tomem o controle completo da cidade.
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Diante da dificuldade de resistir ao avanço do EI, que já controla quase metade de Kobani, os curdos pedem auxílio em armamentos e reclamam da falta de munições. Eles pedem ainda reforço dos ataques aéreos e que a Turquia participe dos ataques aéreos sobre os jihadistas, abra a fronteira para permitir a passagem de ajuda humanitária, armas e munição aos curdos.
Agência Efe
Refugiados na fronteira de Sanliurfa, na Turquia; cerca de 200 mil sírios se refugiaram na região
O governo turco, no entanto, argumenta que Kobani não é um problema da Turquia. Neste sábado, o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que, “nós, como Estado, nunca permitiremos que os terroristas entrem nesta terra”. O país mantém tropas na fronteira para o caso de um eventual avanço do EI.
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Erdogan também criticou os protestos que estão ocorrendo no sul do país e que já deixaram 38 mortos e mais de 400 feridos. Para ele, as manifestações fazem parte de um complô internacional com o objetivo de derrubar o governo. “Nunca farão com que a Turquia passe pelo que passaram Ucrânia e Egito”, disse o presidente.
Mortes
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou neste sábado que pelo menos 554 pessoas morreram desde que o EI iniciou a ofensiva contra Kobani, sendo 300 jihadistas e 250 combatentes civis curdos. Aproximadamente 70 cidades sírias caíram nas mãos do EI. Cerca de 300 mil pessoas fugiram, das quais 200 mil para a Turquia.
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A organização considera que o número pode ser ainda maior devido à falta de informações precisas a este respeito.
Agência Efe
Imagens tomadas do território turco mostram ataques em Kobani
Coalizão internacional
Simultaneamente, seguem os ataques aéreos realizados pela coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, na região. Hoje, foram realizados seis novos ataques na cidade síria e três no Iraque.
As ações, segundo o Centcom (Comando Central dos Estados Unidos), danificaram um centro de controle do EI e atingiram duas unidades do grupo.
No Iraque, autoridades temem o avanço do EI para Bagdá. “Em dez dias, Anbar pode cair”, disse o vice-presidente do conselho da província, Faleh al-Issawi. Estima-se que os extremistas já controlem 80% do território.