O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, anunciou sua renúncia ao cargo durante um discurso televisivo nesta terça-feira (29/10), em meio a uma série de protestos deflagrada no país.
Segundo o político, ele irá submeter sua demissão ao presidente da República, Michel Aoun, porque o país chegou a um “beco sem saída”. “Tomei essa decisão depois de ouvir os pedidos dos manifestantes. Por 13 dias, o povo libanês esperou por uma decisão para uma solução política que iria parar a deterioração”.
Hariri afirmou que tentou, nesse período, “encontrar uma saída, ouvir a voz do povo e proteger o povo de perigos econômicos, de segurança e sociais”. “Hoje, e não vou esconder, eu cheguei ao fim da linha”. Desde o último dia 17 de outubro, os protestos paralisaram o Líbano e tiveram como estopim uma proposta do governo para taxar o uso do aplicativo de mensagens WhatsApp.
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Os manifestantes, no entanto, aproveitaram para levar às ruas sua insatisfação com o custo de vida, o desemprego, a dívida pública e a corrupção. O premiê libanês chegou a apresentar um plano de reformas econômicas para tentar acalmar os ânimos de milhares de pessoas que tomaram as ruas para pedir sua renúncia, mas não foi suficiente.
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Hariri afirmou que tentou, nesse período, "encontrar uma saída, ouvir a voz do povo"
“É a hora de deixarmos um grande choque resolver a crise”, finalizou, ressaltando que “os cargos vêm e vão, mas a coisa mais importante é a dignidade e segurança da pátria. Ninguém é maior que o meu país”. Hariri governou o Líbano entre 2009 e 2011 e exerce seu atual mandato desde 2016. Ele foi reconduzido ao cargo em janeiro passado. Sunita e líder do Movimento Futuro, ele comanda um gabinete de 30 ministro composto por todos os partidos.
*Com ANSA