Representantes dos separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, regiões no leste da Ucrânia, aceitaram participar de uma reunião de paz com o governo de Kiev para tentar pôr fim à crise e à escalada de violência que atinge o país. Participarão do encontro enviados da Rússia, do governo ucraniano e da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa). A reunião ocorrerá nesta sexta-feira (27/06) em Donetsk, uma das localidades separatistas.
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Agência Efe
Poroshenko, que confirmou o interesse dos separatistas no diálogo, participa de sessão no parlamento da União Europeia
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, confirmou a participação dos separatistas na reunião. Ele acrescentou que, caso os “elementos-chave” do plano de paz sejam rejeitados na reunião de amanhã, Kiev irá tomar “uma decisão muito importante”. Seu representante no encontro será o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma.
A reunião de amanhã deverá decidir se o governo de Kiev mantém ou não o atual cessar-fogo, declarado unilateralmente por Poroshenko como parte de um plano de paz para diminuir a tensão na região. Segundo estimativas dos separatistas, o conflito já matou mais de mil civis e combatentes anti-Kiev. Poroshenko também prometeu anistiar e conceder salvo-conduto aos opositores que aceitarem depor as armas; além de conceder mais autonomia às regiões do leste ucraniano.
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Antes de aceitar o diálogo, um dos líderes dos separatistas, Miroslav Rudenko, denunciou que o governo de Kiev está utilizando a trégua no combate para acumular forças com o propósito de lançar uma nova ofensiva militar. “Desde o primeiro momento, os ucranianos se mostraram dispostos a um cessar-fogo para fortalecer suas posições militares”, disse Rudenko à agência russa de notícias Interfax.
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Em Kiev, policiais fazem barricada em protesto de ucranianos pró-UE em frente ao consulado russo
Rudenko também sugeriu que as após o fim da trégua, prevista para expirar às 10h de amanhã (4h, em Brasília), as autoridades ucranianas planejam lançar uma “guerra relâmpago” contra os opositores. Segundo ele, por esse motivo os separatistas se opuseram ao prolongamento do cessar-fogo.
Moscou e Washington
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que está em viagem oficial pela Europa, pediu que a Rússia faça esforços para desarmar os separatistas de Lugansk e Donetsk. Kerry deu um prazo de “algumas horas” para que o movimento seja feito, pois ainda hoje a União Europeia discutirá a implantação de novas sanções econômicas contra Moscou. Segundo autoridades dos EUA, as novas punições centrariam foco nos setores financeiro, de defesa e alta tecnologia da indústria russa.
Ontem, no mesmo dia em que o Legislativo russo revogou a premissão que havia sido dada para intervir militarmente na Ucrânia, Putin insistiu para Poroshenko na necessidade de prorrograr o cessar-fogo unilateral. O Kremlin já havia publicizado seu ceticismo em relação ao aparente recuo das forças de segurança ucranianas, classificando-o como um “ultimato” aos opositores.
(*) Com informações da Agência Efe