Nas eleições legislativas de Portugal, realizadas no último domingo (10/03), o partido socialista Bloco de Esquerda (BE) manteve sua bancada de cinco deputados no Parlamento de 230 assentos, sendo o quinto colocado com aproximadamente 4,5% dos votos.
A conservadora Aliança Democrática (AD) venceu as eleições com 29,49% e obteve 79 cadeiras, seguida pelo Partido Socialista (PS) com 28,66% e 77 lugares. Em terceiro lugar ficou o Chega, de extrema direita, com 18,06% e 48 deputados, quatro vezes mais do que os 12 assentos que conquistou nas eleições legislativas de 2022. Em quarto lugar, antecedendo o BE, ficou o Iniciativa Liberal com 5,08%.
Atrás do Bloco de Esquerda ficaram: Coligação Democrática Unitária comunista (3,3%), Libre (3,26%), o ambientalista PAN (1,93%) e Alternativa Democrática Nacional (1,63%).
Assim, os parlamentares eleitos pelo BE foram Maria Matias e José Soeiro, pela cidade de Porto; Mariana Mortágua e Fabian Figueiredo por Lisboa; e Joana Mortágua por Setúbal.
.@MRMortagua é a segunda deputada eleita pelo Bloco de Esquerda. pic.twitter.com/cayeekI9sX
— Bloco de Esquerda (@BlocoDeEsquerda) March 10, 2024
Comentando a manutenção dos cinco assentos do BE e a guinada à direita do Parlamento, a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, culpou o resultado das eleições legislativas pelo “fracasso de dois anos de uma política desastrosa de maioria absoluta do Partido Socialista”, referindo-se à crise política que levou à renúncia do ex-primeiro-ministro português António Costa por suposto envolvimento em casos de corrupção.
Apesar do resultado, Mortágua afirmou que o Bloco de Esquerda manteve-se “firme” no pleito e obteve mais votos do que em 2022, garantindo que o partido será “parte de qualquer solução que afaste a direita do governo”.
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Coordenadora do Bloco de Esquerda de Portugal, Mariana Mortágua
Partido Comunista perde controle de região histórica
Por sua vez, o Partido Comunista de Portugal (PCP) finalizou o pleito legislativo com uma derrota que culmina na perda de controle da histórica região da cidade de Beja, considerada um bastião comunista.
Sem eleger nenhum deputado, o Partido Comunista ainda perdeu seu único representante, João Dias – eleito em 2022, na cidade da região de Alentejo, que conta com 77 mil eleitores.
O controle de Beja ficou assim dividido entre o Partido Socialista, com 31,70% (5.471) dos votos, seguido por 21,55% (3.946 votos) do Chega, e 16,74% (3.749 votos) à Aliança Democrática. Cada uma das coalizões elegeu um deputado para a cidade.