O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, demostrou nesta quinta-feira (06/12) à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que não pretende alterar seus planos de construir 3.000 novos assentamentos em territórios palestinos.
A decisão de continuar com a construção das casas a colonos judeus “não é a raiz do conflito” no Oriente Médio, afirmou Netanyahu em entrevista coletiva conjunta com a chanceler após um encontro entre ambos. A origem, segundo ele, é a “rejeição à existência de Israel”.
As novas colônias, cujos efeitos sobre o conjunto do território palestino Netanyahu tentou minimizar, qualificando-as de “estreito corredor” a “algumas milhas de Jerusalém”, estão em consonância “com a linha” de seus antecessores e fazem parte da política israelense “há 45 anos”.
NULL
NULL
O primeiro-ministro reconheceu que tais planos geraram “frustração” na Europa e uma clara dissidência com a Alemanha, mas não se pode esquecer, acrescentou, que a paz no Oriente Médio não será obtida “nem na ONU, nem na Europa”, mas pela via de negociações diretas que, disse, Israel está disposto a abrir de forma “incondicional”.
“Estamos de acordo em nosso desacordo sobre os assentamentos”, disse, por sua vez, a chanceler, para relativizar a “decepção” de Israel com a abstenção alemã na votação da Assembleia Geral da ONU pela qual a Palestina foi admitida como “estado observador”.
“Tomei nota dessa decepção”, disse Merkel, que indicou que tanto no jantar de trabalho da noite anterior, como nas consultas governamentais bilaterais, hoje em Berlim, explicou a Netanyahu o porquê de sua decisão.
Merkel insistiu que o direito de Israel se defender é uma “razão de Estado” para a Alemanha, derivada da responsabilidade histórica após a “shoá” (Holocausto judeu).
A chanceler também reiterou sua condenação aos ataques do Hamas, e disse que “não se deve confundir a origem com os resultados na última escalada de violência”, justificando assim a resposta de Israel aos bombardeios.