Na reunião de Ministros de Relações Exteriores do G20 nesta quinta-feira (02/03), na Índia, o chanceler do Brasil, Mauro Vieira, declarou que “sob a liderança do presidente Lula, o Brasil volta a ter voz ativa no sistema internacional, pronto a engajar-se de modo construtivo com todas as nações”.
Multilateralismo, reformas e segurança alimentar
Mencionando as “crises de saúde, clima, energia, desigualdades e conflitos” que acontecem no mundo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil declarou que “nenhuma dessas crises pode ser superada por um país de forma isolada; na realidade, há uma forte demanda por ações coletivas”.
“Os membros do G20 podem e devem fazer mais diante dos desafios globais, com o propósito de atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, completou Vieira.
Sobre o tema da fome, já abordado por Lula em conversa com o presidente russo Vladimir Putin, em dezembro passado, Vieira lembrou a parceira global proposta pelo governante brasileiro pela segurança alimentar.
“Para contribuir no combate a esse problema crítico, o G20 poderia trabalhar em coordenação mais estreita com agências internacionais, como o Programa Mundial de Alimentos, e fortalecer parcerias nessa área. O Brasil tem consciência de sua responsabilidade como um dos maiores fornecedores de alimentos, no contexto de inflação e de uma demanda global crescentes”, argumentou.
Proteção ambiental
No assunto da proteção ambiental, Vieira reiterou que sob o governo Lula, “o Brasil está firmemente comprometido com o combate à mudança climática, com a proteção ambiental e com a reversão das perdas em biodiversidade”, declarando não poupar esforços para cumprir e desempenhar papel de liderança na UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) e com relação ao Acordo de Paris.
G20 India/Twitter
Mauro Vieira participou de reunião de Ministros de Relações Exteriores do G20 nesta quinta-feira (02/03)
Segundo o chanceler brasileiro, o G20 pode avançar na agenda de transição energética, afirmando que o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e “está pronto a colaborar e a compartilhar sua experiência nesse campo”.
Conselho de segurança da ONU
Abordando a reforma do Conselho de Segurança da ONU, Vieira apontou para a necessidade de “avanços relevantes nas negociações”, tornando o órgão mais representativo.
“Os países em desenvolvimento devem ser plenamente incluídos e representados nos principais órgãos de tomada de decisões. Trata-se da nossa melhor chance de trabalhar conjuntamente e de oferecer respostas globais para desafios globais”, argumentou.
Assistência humanitária e mitigação de desastres
Na esteira do terremoto na Turquia e Síria, que deixou cerca de 50 mil vítimas, e sas intensas chuvas no litoral do estado brasileiro de São Paulo, Vieira afirmou ser “essencial” aumentar o nível de engajamento dos países membros do G20 sobre o assunto.
“Por meio de ações de baixo custo e de fácil implementação, o Brasil desenvolveu um conjunto de boas práticas no campo da prevenção e mitigação de desastres. Isso permitiu a implementação de projetos bem sucedidos em estados e municípios de todos os níveis de desenvolvimento e disponibilidade orçamentária. Estamos prontos para compartilhar essa experiência”, concluiu o chanceler.
Vieira também abordou temas como terrorismo, desemprego, ciência e tecnologia nas duas sessões em que esteve presente na reunião do G20 representando o Brasil.
Desde a última quarta-feira (01/03), o ministro realizou 14 encontros bilaterais com chanceleres dos Países Baixos, Nigéria, Rússia, Indonésia, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, China, Singapura, Omã, Egito, Alemanha, Espanha e Turquia.