No Níger, com o cenário de uma provável intervenção militar, um dos temas em discussão é a segurança das equipes diplomáticas que atuam no país. A decisão tomada por diversas embaixadas foi a de reduzir o seu pessoal no país africano, que sofreu um levante no último dia 26 de julho.
No caso dos norte-americanos, dos alemães e mesmo dos franceses, a redução do corpo diplomático presente no Níger foi drástica. Entretanto, outras embaixadas vêm considerando tomar a mesma medida. Os agentes que tinham saído de férias não regressaram ao país, e outros que estavam em fim de contrato não serão substituídos.
Equipes reduzidas
Várias chancelarias, que antes contavam com mais de cem agentes, agora têm apenas dez. Outras já trabalhavam com equipes muito pequenas, e hoje têm praticamente apenas um funcionário além dos próprios embaixadores.
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Niamey, capital do Níger
O ataque à embaixada da França, no final de julho, e o discurso antifrancês dos responsáveis pelo levante, que tomaram o poder no país, deixaram as autoridades francesas apreensivas. “Não quero que nossos funcionários tenham problemas, por isso pedi que o pessoal não essencial saia e trabalhe remotamente”, disse um diplomata.
Medo da deportação
Para os embaixadores, o medo de serem expulsos do país também é real. E as atividades profissionais acabam sendo reduzidas diante da suspensão dos programas de cooperação.
Já os estrangeiros continuam a deixar o país. Ontem, 14 franceses saíram do Níger. O departamento de Estado dos EUA confirmou a saída de cerca de 100 cidadãos na sexta-feira.
“Aqueles que querem sair devem se registrar e nós os ajudaremos”, disse Mathew Miller, porta-voz da diplomacia norte-americana, acrescentando que a ajuda ao desenvolvimento e a cooperação em segurança, suspensas após o golpe de estado, podem ser retomadas rapidamente se a ordem constitucional for restaurada no país.