Dois meses após a instalação de uma CPI e seguidos ataques da oposição, que o próprio presidente, José Sergio Gabrielli caracterizou como a pior crise da historia da empresa, a Petrobras é vista com bom olhos pelos investidores internacionais. A estatal brasileira passou do 37º lugar para o 8º entre os 300 grandes grupos do mundo, no ranking feito pela consultoria Ernst & Young, divulgado na semana passada.
Não é apenas a Petrobrás que teve destaque no mercado, outras empresas brasileiras estão entre as que mais se valorizaram no mundo no primeiro semestre por valor de mercado. O levantamento feito pela consultoria Ernst & Young indicou a recuperação das empresas depois do ponto mais crítico da crise mundial no final do ano passado.
O número de empresas brasileiras na lista passou de cinco, em dezembro do ano passado, para oito, com três delas entre as 100 maiores: Petrobrás, em 8º lugar, Vale, 46º e Itaú Unibanco, 76º. Entre as 300 maiores, estão também o Bradesco 120º, a AmBev, 147º, o Banco do Brasil, 204º, e o Banco Santander do Brasil, 254º. O estudo tem como base o valor das ações das empresas ao fim do semestre.
A Petrobrás é a única empresa brasileira entre as 10 maiores. O valor de mercado passou de 95,895 bilhões de dólares para 164,818 bilhões de dólares. A Vale subiu do 68º para o 46º lugar, com um valor de mercado de 89,317 bilhões de dólares, o que equivale a um crescimento de 48% no trimestre.
“A valorização da Petrobrás e da Vale reflete, em grande parte, a recuperação do mercado de commodities”, afirmou Paulo Sérgio Dortas, da Ernst & Young.
A China também mostrou bom desempenho, com três empresas entre as dez maiores: Petrochina (1º), Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) (3º) e China Construction Bank (6º). A operadora de telecomunicações China Mobile (5º) tem sede em Hong Kong. A Petrochina ultrapassou a americana Exxon Mobil, que ocupava o topo da lista no fim do ano passado e passou para o segundo lugar.
O total de empresas chinesas na lista das 100 maiores passou de oito no fim de 2009 para 11 em junho. No entanto, as três brasileiras entre as 100 maiores foram as que apresentaram a maior valorização, com valor conjunto de 313,8 bilhões de dólares. Elas subiram 101%, ficando muito à frente das russas, que acumularam um aumento de 42%, com o segundo melhor resultado entre os países.
Recuperação
A alta dos bancos brasileiros, com a entrada de dois deles na lista das 300 maiores empresas, indica como eles foram pouco afetados pela crise, quando comparados com as instituições de países desenvolvidos.
De acordo com Dortas, os estudos apontam que já existem sinais de que a retomada do crescimento começa a acontecer mais rápido que o esperado.
O mesmo não aconteceu com as empresas norte-americanas e européias, que perderam espaço na lista das 300 maiores do primeiro semestre, com um crescimento da Ásia. O total de empresas americanas entre as 300 maiores manteve-se estável, com perdas de posições para muitas delas, enquanto o número de empresas europeias caiu de 110 para 95. Entre as 100 maiores, a presença europeia passou de 46 para 35 companhias.
Depois de cair 22% no primeiro semestre de 2008 e 33% no segundo, o valor das 300 maiores empresas voltou a crescer, com expansão de 8%, ou US$ 1,1 trilhão. No ano passado, perderam US$ 11,3 trilhões.
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