O Tribunal Nacional de Justiça (CNJ) do Equador confirmou nesta segunda-feira (07/09) a condenação a oito anos de prisão para o ex-presidente do país Rafael Correa.
Com a decisão, o ex-mandatário não poderá apresentar sua candidatura às eleições presidenciais que acontecerão no país em fevereiro de 2021. No mês passado, o político afirmou que seria candidato à vice-presidência pela coalização de esquerda União pela Esperança (Unes).
A sentença da Justiça equatoriana também atinge outras 15 pessoas, entre elas o ex-vice-presidente Jorge Glas. Além disso, a sentença impossibilitou Correa de exercer funções públicas pelos próximos 25 anos.
“No final conseguiram. Em tempo recorde eles conseguem uma sentença 'definitiva' para me impedir de me candidatar. Não entendem que a única coisa que fazem é aumentar o apoio popular. E a única coisa a que eles realmente nos condenam é vencer!”, escreveu Correa pelo Twitter.
A defesa do ex-presidente, bem como diversos organismos internacionais, denunciam o uso do lawfare contra Correa, quando a justiça é utilizada para perseguir adversários políticos.
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Ex-mandatário havia anunciado que tentaria a vice-presidência; defesa e organismos internacionais denunciam lawfare
O Equador viveu uma mudança de hegemonia política com a vitória do atual presidente Lenín Moreno nas eleições de 2017. Moreno, que é ex-vice de Correa, foi eleito com uma proposta de continuidade dos mandatos progressistas correístas, mas abandonou o programa após a vitória e adotou uma política neoliberal de austeridade e repressão contra movimentos populares.
Corre vive na Bélgica desde 2017, quando os processos contra ele começaram a ameaçar sua militância política.
*Com ANSA