O governo sul-coreano nomeou nesta segunda-feira (22/01) o ex-procurador geral de Seul, Park Seong Jae, como o novo ministro da Justiça.
A informação, a princípio, foi repassada por um importante funcionário do Partido do Poder Popular (PPP), legenda do atual presidente Yoon Suk Yeol, a uma das principais agências de notícias locais, Yon Hap News.
A reforma ministerial ocorre um mês depois que o ex-promotor Han Dong Hoon renunciou ao cargo de ministro da Justiça, em 21 de dezembro, e passou a assumir a presidência do comitê de emergência do partido governista
Desgaste no governo
A manobra do governo em trocar nomes pouco antes das eleições parlamentares do país, previstas para abril deste ano, gera uma nova interpretação para analistas locais. Diante da crescente impopularidade do atual governo, as eleições que estão cada vez mais próximas são decisivas para o futuro do presidente Yoon Suk Yeol, envolvido em uma série de escândalos que, por consequência, o tem feito alvo de protestos nacionais.
Nesse contexto, a demissão do antigo ministro Han é traduzida como uma estratégia governista, uma vez que, agora, ele representa diretamente o partido de Yoon e pode concentrar seus esforços para unir possíveis aliados ao presidente na disputa às 300 cadeiras existentes no parlamento.
A gota d’água da desaprovação do chefe de Estado sul-coreano foram as controvérsias envolvendo a primeira-dama Kim Keon Hee, que foi flagrada, por uma câmera escondida, recebendo secretamente uma bolsa de grife de um pastor, em 2022.
Reprodução/Yon Hap News
Antes das eleições parlamentares, Park Seong Jae é nomeado o novo ministro da Justiça da Coreia do Sul
A lei anticorrupção sul-coreana proíbe que cônjuges de funcionários públicos recebam artigos que excedam o valor de 1 milhão de won (equivalente a R$ 3.7 mil). No entanto, o valor do produto recebido pela primeira-dama excedeu 3 milhões de won (mais de R$ 11 mil). Constitucionalmente, se a lei for violada, a pessoa é condenada a 3 anos de prisão, com um adicional de 30 milhões de won (mais de R$ 110) em multas.
Eleito em maio de 2022 após vencer Lee Jae Myung, do Partido Democrata, e ainda longe de concluir seu mandato, Yoon Suk Yeol enfrenta um acúmulo de escândalos e, segundo pesquisas locais, o conservador lidera um dos piores índices de aprovação para um chefe de Estado sul-coreano.
Quem é Park Seong Jae?
Um colega de longa data do presidente Yoon. Nascido em Cheongdo, província de Gyeongsang do Norte, o novo ministro da Justiça se formou na Faculdade de Direito da Universidade da Coreia e atuou como procurador-chefe da Promotoria do Distrito Central de Seul e procurador-chefe da Alta Procuradoria de Seul.
Park também assumiu outros cargos importantes, como inspetor-chefe da Procuradoria Suprema, diretor do Departamento de Finanças e Investigação Tributária da Promotoria do Distrito Central de Seul e inspetor-geral do Ministério da Justiça.
Mais uma vez, a reforma ministerial é realizada de “promotor para promotor”. A mais recente troca condiz, portanto, com o que o presidente sul-coreano, também experiente na Promotoria, defendeu durante toda a sua campanha eleitoral: “governar o país por meio da lei”.