O governo da Espanha informou em comunicado emitido nesta quinta-feira (02/05) que não tem intenções de entregar o líder opositor Leopoldo López à Justiça da Venezuela após o Tribunal Supremo do país ordenar a prisão do ex-deputado.
Segundo a agência Efe, o governo espanhol disse que López, a esposa e a filha do casal, de um ano, estão na residência do embaixador do país europeu em Caracas por vontade própria e como “hóspedes”.
A Espanha pediu ainda que as autoridades venezuelanas respeitem a inviolabilidade da residência do embaixador. Além disso, o governo espanhol admite na nota oficial que a ordem de prisão foi “um movimento judicial esperado”.
Poucas horas antes, o ministro das Relações Exteriores espanhol interino, Josep Borrell, disse à Efe que López está na residência do embaixador da Espanha na Venezuela como “hóspede” e que “não está como asilado” até que sejam esclarecidos “os passos a seguir”.
O ex-deputado chegou a sair da embaixada por alguns minutos para falar com a imprensa e afirmou que não tem medo de ser preso.
Ordem de prisão
O TSJ afirmou que “é um feito público, notório e comunicacional a violação por parte de Leopoldo López da medida de prisão domiciliar” e ordenou que o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) cumpra a ordem de prisão.
Na última terça-feira (30/04), López foi visto caminhando livremente pelas ruas de Caracas, ao lado de Guaidó, durante uma tentativa de golpe de Estado para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Após o levante fracassar, o chanceler do Chile, Roberto Ampuero, confirmou que López havia pedido asilo político na embaixada chilena em Caracas. Entretanto, na quarta-feira (01/05), o Ministério das Relações Exteriores da Espanha declarou que o ex-deputado havia entrado como hóspede na embaixada espanhola.
López havia sido condenado à prisão em 2015 por envolvimento em atos violentos que causaram 43 mortes decorrentes dos protestos antigoverno realizados em 2014. Ele havia recebido a pena máxima – 13 anos, nove meses e sete dias – pelos crimes de que era acusado: incitação à violência, formação de quadrilha, incêndio criminoso e danos à propriedade.
*Com Agência Efe
Agência Efe
O ex-deputado chegou a sair da embaixada por alguns minutos para falar com a imprensa