O ministro das Relações Exteriores interino da Espanha, Josep Borrell, afirmou nesta sexta-feira (03/05) que o governo espanhol vai limitar as atividades políticas do líder opositor venezuelano Leopoldo López, que está na embaixada do país europeu em Caracas.
“A Espanha não vai permitir que sua embaixada se transforme em um centro de ativismo político”, disse Borrell a jornalistas no Líbano, onde realizou uma visita oficial.
Borrell lembrou que López teve encontros na quinta-feira (02/05) com a imprensa na embaixada e reiterou que “a partir de agora, isto será regulado”.
O ministro especificou que, em função do direito internacional, a figura de “hóspede” na embaixada implica naturalmente uma limitação em sua atividade política.
“Temos confiança de que, nestas condições, a Venezuela vai respeitar naturalmente a imunidade do território da embaixada da Espanha”, acrescentou Borrell.
O ministro reiterou que a Espanha “não entregará” López às autoridades venezuelanas, apesar de o Tribunal Supremo da Venezuela ter emitido ontem uma ordem de detenção contra o político.
Além disso, Borrell lembrou que López está na sede diplomática na qualidade de hóspede e não pode solicitar asilo político porque a legislação espanhola só permite que isto seja feito dentro do território espanhol.
O ministro também revelou que falou sobre a situação de López com o governo de Nicolás Maduro, com o qual mantém uma “relação cortês”, apesar de a Espanha ter reconhecido o deputado de direita Juan Guaidó como presidente interino.
O TSJ da Venezuela emitiu nesta quinta-feira (02/05) uma ordem de prisão contra López, que cumpria desde 2014 uma condenação de 14 anos de prisão em Caracas, que foi convertida para prisão domiciliar em 2017.
López foi “libertado” na terça-feira (30/04) por um “indulto presidencial” concedido por Guaidó, durante uma tentativa de golpe de Estado no país.
*Com Agência Efe
Agência Efe
Ex-deputado venezuelano entrou na embaixada espanhola em Caracas após ser libertado durante uma tentativa de golpe de Estado fracassada