A Espanha rechaçou pedir desculpas ao México pelos abusos cometidos pelos colonizadores contra os povos nativos do país americano, como havia pedido o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.
O mandatário enviou uma carta ao rei Felipe VI exigindo um pedido de desculpas da Espanha, no ano que marca o 500º aniversário da chegada do colonizador Hernán Cortés ao que hoje corresponde ao território mexicano.
A chamada “Batalha de Centla”, em março de 1519, deu início à ofensiva dos espanhóis que culminaria na queda do Império Asteca, em 1521. Para Madri, no entanto, a chegada dos europeus às atuais terras mexicanas “não pode ser julgada à luz de considerações contemporâneas”.
“O rei não tem de pedir perdão a nenhum país, e isso não vai ocorrer”, disse a vice-presidente do governo da Espanha, Carmen Calvo. Obrador também enviou uma carta exigindo desculpas do papa Francisco, já que a Igreja foi determinante nos processos de colonização na América.
O presidente do México, por outro lado, encontrou apoio no partido Podemos. “Ele tem muita razão em exigir que o rei peça perdão pelos abusos da 'Conquista'. Se o Podemos chegar ao governo, haverá um processo de recuperação da memória democrática e colonial”, disse a porta-voz da legenda, Ione Belarra.
Obrador ainda justificou que seu objetivo não é buscar um embate com a Espanha ou a Santa Sé, mas sim promover a “reconciliação”. Ele exige reparação pelas violações dos “direitos humanos” dos povos nativos e pelas “matanças e imposições” provocadas pela chegada dos espanhóis.
“A chamada Conquista se fez com a espada e a cruz”, declarou o presidente. Em 2015, durante uma visita à Bolívia, o papa Francisco já havia pedido desculpas pelos “crimes contra os povos originários na chamada 'conquista da América'”.
(*) Com ANSA
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López Obrador queria que Espanha pedisse desculpas por colonização