O carnaval para os espanhóis tem um sabor especial. Afinal, foi proibido durante os quase 40 anos de ditadura do general Francisco Franco (1939-1975).
Embora algumas regiões do país tenham conseguido manter a tradição, organizando festas escondidas e disfarçando o carnaval com outro nome – nas Ilhas Canárias, ele passou a chamar “Festas de Inverno” –, foi só após a redemocratização que a festa popular voltou a ganhar as ruas da Espanha.
O de Cádiz, no sul da Península Ibérica, é o mais popular e também um dos que mais recebem turistas europeus. Lá, os espanhóis se juntam para rir e fazer piadas sobre temas políticos e sociais e acontecimentos que marcaram o ano, ao som de bandas locais. Outra tradição é o enterro da sardinha, equivalente, no Brasil, a malhar Judas.
O de Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, é o mais parecido com o brasileiro, pelas cores e pelo espetáculo e o mais antigo da Espanha. Sua origem está nas festas que os romanos organizavam quando ocuparam o arquipélago.
Hoje, milhares de pessoas saem pelas ruas da cidade e desfilam fantasiados, embalados por ritmos caribenhos e orientados por um só tema, que em 2009 é “Cinema de Terror”.
Aliás, este ano representa um desafio para o carnaval de Tenerife. Analistas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) acompanharão o Carnaval para avaliar se a festa pode figurar no seleto grupo de carnavais que são considerados Patrimônios Imateriais da Humanidade.
Hoje, somente os carnavais de Binche, na Bélgica, de Oruro, na Bolívia, e de Barranquilla, na Colômbia, fazem parte do grupo. Por incrível que pareça, nenhum carnaval do Brasil figura nessa lista.
Carnaval argentino se inspira no Brasil e no Uruguai
Barranquilla é o epicentro carnavalesco da Colômbia
Mardi Gras, em Nova Orleans, resiste apesar da destruição deixada pelo Katrina
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