Diversos partidos e lideranças da América Latina expressaram nesta terça-feira (15/10) suas preocupações com a situação do Equador, que segue promovendo uma perseguição a adversários políticos do Movimento Revolução Cidadã (MRC). Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, Alberto Fernández, e os governos do México e da Venezuela repudiaram as ações do presidente Lenín Moreno após o fim do decreto 883, que ocasionou uma jornada de protestos no país.
Os líderes de esquerda expressaram solidariedade à Paola Pabón, governadora de Pichincha que foi presa na manhã desta segunda-feira (14/10). Advogada, Pabón participou do governo do ex-presidente Rafael Correa na Secretaria Nacional de Gestão da Política e integra hoje o MRC, de oposição ao governo Moreno.
Além disso, quatro parlamentares equatorianos, acusados por Moreno de conspirarem em conjunto com Corre a o governo da Venezuela para derrubar seu governo, estão refugiados na embaixada mexicana, entre eles a deputada Gabriela Rivandeira.
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“Manifestamos nossa solidariedade à Paola Pabón, ao povo equatoriano e aos companheiros do Movimiento Revolución Ciudadana. Rechaçamos a inadmissível perseguição política contra a companheira em um Estado democrático de direito e defendemos sua liberdade imediata para que retome as atividades no governo de Pichincha”, disse o Partido dos Trabalhadores (PT) em nota publicada na noite desta segunda-feira, compartilhada pelo ex-presidente Rafael Correa no Twitter.
As ex-presidentes Dilma Rousseff, do Brasil, e Cristina Kirchner, da Argentina, também se solidarizaram com os presos políticos no país. Dilma denunciou o terrorismo de Estado no país, enquanto Cristina destacou a resistência de Paola Pabón e Gabriela Rivadeneira.
Conaie/Reprodução
Protestos no Equador aconteceram na última semana, logo após o presidente anunciar o fim dos subsídios nos combustíveis
“A democracia tem nome de mulher e no Equador está presa. Liberdade para Paola Pabón, governadora de Pichincha, presa, e Gabriela Rivadeneira, exilada. Mulheres, jovens, engajados e votados pelo seu povo”, disse Cristina, que concorre à vice-presidência da Argentina.
O companheiro de chapa de Cristina, Alberto Fernández, também denunciou a prisão das duas lideranças políticas. “Vejo com grande preocupação os graves acontecimentos vividos no Equador e a perseguição política e judicial que estão sofrendo duas jovens que são referentes à oposição política. […] Não podemos deixar de observar essas violações do estado de direito na região”, disse Fernández.
México e Venezuela
Na segunda-feira (14/10), o México concedeu asilo político a mais seis parlamentares do MRC na sua embaixada em Quito. Eles se juntaram a Rivadeneira. Além destes, o ex-chanceler Ricardo Patiño está exilado no México.
A Venezuela também emitiu nota condenando as perseguições no país. “A Venezuela repudia as ações de perseguição judicial realizadas na República do Equador contra líderes políticos e sociais, como uma estratégia óbvia de criminalização de dissidentes, judicialização de políticas e violação de direitos humanos”, publicou o chanceler Jorge Arreaza.
*Com Fórum