O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou a autoria de um ataque realizado neste domingo (31/01) ao sul de Damasco, capital síria, que deixou pelo menos 50 mortos e 40 feridos.
Três explosões, uma causada por um carro-bomba e as outras duas por homens-bomba, ocorreram nos arredores do centro de peregrinação xiita Sayyida Zeinab, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Agência Efe
Destruição após três explosões no sul de Damasco neste domingo
O Estado Islâmico se pronunciou através da agência de notícias Amaq, um de seus veículos de mídia, dizendo que as operações “afetaram o reduto mais importante de milícias xiitas em Damasco”.
O subúrbio atingido no sul de Damasco é um local de peregrinação de muçulmanos de diversos países. O santuário guarda o túmulo da filha de Ali Ibn Abi Taleb, quem os xiitas consideram o sucessor do profeta Maomé. A disputa sobre a sucessão levou à cisão xiita-sunita no islã, segundo o site Al Jazeera.
O local já tinha sido alvo em 2012 e em fevereiro de 2015, quando quatro pessoas morreram e 13 ficaram feridas em dois ataques suicidas.
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Diálogos de paz
Os ataques deste domingo aconteceram em meio às incipientes negociações de paz promovidas pela ONU entre o governo de Bashar al Assad e a oposição que o combate na Síria.
Representantes dos dois lados se acusaram mutuamente neste domingo (31/01) de não estarem suficientemente comprometidos com o sucesso das negociações.
Salem al-Meslet, porta-voz do opositor Alto Comitê Nacional, afirmou que a oposição não vai participar dos diálogos de paz antes da implementação de suas exigências humanitárias, que incluem o fim dos bombardeios aéreos e a libertação de prisioneiros, especialmente as mulheres e crianças detidas por forças do governo.
Já embaixador da Síria na ONU, Bashar Jaafari, que representa o governo Assad, disse que Damasco não vai aceitar pré-condições para as negociações. Ele chamou as forças opositoras de “terroristas apoiados por poderes estrangeiros”, mas disse que seu governo está considerando as medidas humanitárias exigidas pela delegação da oposição.