A secretária de Estado, Hillary Clinton, desembarca no México amanhã (25), num momento de reforço da segurança na fronteira. Os Estados Unidos acabam de mandar para a divisa cerca de 2 mil agentes de praticamente todas as agências de segurança do país.
“Não havia outra alternativa. A situação na fronteira é uma questão de segurança nacional”, justificou hoje a secretária de Segurança Territorial, Janet Napolitano.
O México reagiu bem. “As ações dos Estados Unidos, incluindo o que a
secretária Napolitano anunciou, são compatíveis com nossa relação
bilateral no combate ao crime organizado”, afirmou a ministra do
Exterior, Patricia Espinosa.
Em seguida, em entrevista coletiva, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que o objetivo é “evitar que a violência salte a fronteira” e que “as armas do narcotráfico saiam daqui [dos Estados Unidos]”. E completou: “Se tivermos de ir mais longe, iremos”.
No mês passado, os Estados Unidos disseram que estavam preocupados com a violência no seu vizinho do sul – onde, só no ano passado, morreram mais de 6 mil pessoas na virtual guerra civil entre os cartéis da droga – e revelaram que pensam em enviar a Guarda Nacional para a fronteira. No Pentágono, fala-se até da criação de uma espécie de “Plano Colômbia” para o México.
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Além de reforçar o efetivo na fronteira, o plano de Napolitano prevê destinar 100 novos agentes à inspeção do tráfego automotivo nos postos fronteiriços e dotá-los de novas tecnologias.
Caminhões
A visita de Hillary será seguida, no mês que vem, pela do presidente Barack Obama. Antes disso, os Estados Unidos querem tratar de outro assunto: o alto número de caminhões mexicanos que cruzam diariamente os postos fronteiriços.
Segundo explicou uma fonte da Secretaria de Estado ao Opera Mundi, o problema dos caminhões é particularmente crítico porque os mexicanos consideram esse meio de transporte como fulcral nas relações econômicas e os Estados Unidos querem diminuir seu volume.
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“Nossa relação não se restringe apenas ao problema do narcotráfico. Há outros problemas que devem ser abordados. Esse é um deles”, confirmou o subsecretário de Estado, Jim Steinberg, numa coletiva hoje na Casa Branca. Washington quer resolver este problema antes da visita de Obama.
No mês passado, o Congresso norte-americano aprovou um orçamento de 700 milhões de dólares para prestar assistência às forças policiais e militares mexicanas até o fim do ano fiscal, que acaba em setembro.
(Reportagem ampliada)
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