A CVI (Comissão de Verificação Internacional), comitê responsável por avaliar a credibilidade do cessar-fogo definitivo do ETA (Pátria Basca e Liberdade na sigla em basco), se reuniu com sindicatos, organizações religiosas e partidos políticos nesta sexta-feira (04/05) para anunciar que o grupo separatista basco pretende estabelecer contato com o governo espanhol para iniciar um desarme unilateral.
Segundo Ram Manikkalingam, porta-voz do grupo de trabalho, o ETA espera negociar uma solução definitiva para o uso de violência e para a situação jurídica de seus presos. Esse desejo teria sido informado a diversas organizações sindicais e a todos os partidos bascos. Somente o conservador PP, filiação do chefe de governo Mariano Rajoy, não recebeu o informe, pois deixou de pertencer à comissão.
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Em réplica ao encontro do CVI, o Ministério do Interior emitiu um breve comunicado à imprensa no qual afirma que o país “não necessita de verificadores internacionais para comprovar se o ETA está se dissolvendo”. Para o gabinete do ministro Jorge Fernández Díaz, bastaram a Guarda Civil e a Polícia “para derrotar o ETA e essas mesmas instituições serão suficientes para verificar” o fim das suas atividades.
Embora a CVI não seja reconhecida oficialmente, participaram do encontro o conselheiro do Interior do governo basco, Rodolfo Ares, e o comissário da Presidência do País Basco para a Paz e Convivência, Jesús Loza. Essa foi a segunda vez que o grupo de trabalho foi à região para se reunir com grupos de expressão política e social. O último encontro ocorreu nos dias 25 e 26 de janeiro deste ano.
Fim definitivo
Para a CVI, o cessar fogo definitivo do ETA se estende a todas as regiões do País Basco e contempla, inclusive, a suspensão do chamado imposto revolucionário.
Manikkalingam diz que o ETA assegurou ao comitê que “nada tem a ver” com os “surtos isolados” de violência que ocorrem na região ao longo dos últimos meses. Também foi enfatizado durante a reunião que “não há risco de divisão” dentro da organização separatista.
Sobre as atividades do ETA na França, que faz fronteira com o território Basco, também houve a confirmação de que lá só há a manutenção da infra-estrutura de falsificação de documentos. Mais além, o ETA se comprometeu a não utilizar armas na hipótese de risco de detenção policial.