O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, admitiu neste domingo (25/02) que o governo norte-americano não tem provas de que a Rússia esteja tentando interferir nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, previstas para este novembro, como tem sido espalhado pelos meios de comunicação ocidentais.
“Não posso falar sobre evidências agora”, reconheceu Sullivan, durante uma entrevista ao canal norte-americano NBC, mas assegurou que Washington “estará vigilante” contra quaisquer interferências estrangeiras em ano eleitoral.
“Esta não é uma questão política, é uma questão de segurança nacional. Trata-se de um país estrangeiro, um adversário estrangeiro, que procura manipular a política e a democracia dos Estados Unidos da América”, alertou o conselheiro.
As declarações de Sullivan são dadas uma semana após o próprio presidente norte-americano Joe Biden admitir a ausência de provas sobre a alegada “ameaça russa” envolvendo o desenvolvimento de novas capacidades nucleares no espaço, conforme foi noticiado pelo jornal The New York Times. A matéria publicada em 14 de fevereiro falava sobre os “esforços de Moscou” para supostamente “minar a rede de satélites dos Estados Unidos”.
“Não há provas de que [os russos] tenham tomado a decisão de avançar com qualquer coisa no espaço”, declarou Biden em coletiva de imprensa, acrescentando que, se for o caso, “o que a Rússia está fazendo não representa uma ameaça nuclear para os americanos ou qualquer outra parte do mundo”.
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Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, admite não ter provas sobre ameaça russa nas eleições presidenciais de 2024
A Rússia também desmentiu os rumores divulgados pela imprensa norte-americana. O Kremlin chamou as alegações de “fabricação maliciosa” e as considerou como sendo uma estratégia costurada pela própria Casa Branca com o objetivo de convencer o Congresso a aprovar novos repasses bilionários para a Ucrânia.
“É óbvio que a Casa Branca está tentando empurrar o Congresso a votar a favor da proposta de alocar esse dinheiro”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Vamos ver quais truques a Casa Branca vai usar”.
Esta não se trata da primeira vez em que os meios norte-americanos criam “conspirações” contra Moscou. Em outubro de 2022, a inteligência norte-americana havia divulgado um relatório alegando uma suposta força-tarefa da Rússia, nos últimos anos, com o objetivo de “minar as eleições” de diversos países, incluindo os Estados Unidos.
Mais tarde, o Comitê de Inteligência da Câmara norte-americano divulgou um relatório que contradisse as “descobertas” e admitiu não haver provas sobre o documento.