O governo dos Estados Unidos recolocou Cuba na lista dos países “patrocinadores do terrorismo” nesta segunda-feira (11/01), seis anos depois da ilha ser retirada da classificação em 2015 pelo então presidente Barack Obama.
Para o governo cubano, a decisão é “cínica e hipócrita” e representa um “oportunismo político” da administração de Donald Trump.
“Condenamos a cínica e hipócrita classificação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo anunciada pelos EUA. O oportunismo político dessa ação é reconhecido por todos aqueles que tenham uma preocupação honesta com a praga do terrorismo e suas vítimas”, disse o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.
A decisão foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo e acontece a poucos dias do final do governo de Trump.
Segundo Washington, Cuba supostamente fornece “apoio a atos de terrorismo internacional, garantindo-se como um porto seguro para terroristas”.
Condenamos la hipócrita y cínica calificación de #Cuba como Estado patrocinador del terrorismo, anunciada por EEUU.
El oportunismo político de esta acción es reconocido por todo el que tenga una preocupación honesta ante el flagelo del terrorismo y sus víctimas.
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) January 11, 2021
Cancillería Cuba
Para governo cubano, ato é ‘oportunismo político’ da administração Trump
O governo da Venezuela se pronunciou sobre o tema e condenou a atitude dos EUA. Pelo Twitter, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, disse que os EUA são o país que “financiou e criou o maior número de grupos terroristas nas últimas décadas”.
“Essa decisão reflete a manipulação e o uso político que Washington faz de um tema sensível como a luta contra o terrorismo com o fim de promover sua agenda de desestabilização e de contínua agressão contra o povo e o governo de Cuba”, afirmou Caracas.
#COMUNICADO | Venezuela rechaza enérgicamente la infausta intención de designar a la República de Cuba en la lista de Estados patrocinadores del terrorismo por parte de la saliente y agonizante administración de Donald Trump. pic.twitter.com/WX9LFnILMh
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) January 11, 2021
Na mesma lista estão Coreia do Norte e Irã, rivais estratégicos dos interesses norte-americanos.
De acordo com uma fonte da administração Trump citada pela agência Reuters, a medida também visa atrapalhar futuras gestões do governo do presidente eleito Joe Biden com Cuba, já que o processo para incluir ou retirar um país da lista demora meses.
Desde que assumiu a presidência, Trump reverteu algumas medidas tomadas por Obama nas relações diplomáticas com Cuba e aprofundou os mecanismos que fazem parte do bloqueio econômico imposto por Washington desde 1962 contra o país socialista.