Os ministros de Finanças dos países que compõem a Zona do Euro deram nesta sexta-feira (12/04) sinal verde político para as condições do empréstimo ao Chipre, de até 10 bilhões de euros. Apesar dos apelos do presidente do Chipre, que Nicos Anastasiades, ter, na última hora, pedido um valor superior. Agora, o empréstimo deverá ser aprovado formalmente pelos parlamentos nacionais.
“Demos as boas-vindas ao acordo técnico alcançado entre a Troika e Chipre”, que está “plenamente em linha” com os parâmetros e objetivos-chaves fixados pelo Eurogrupo [órgão que supervisiona e coordena as políticas econômicas e financeiras dos países que adotam o Euro como moeda] em 25 de março, disse o presidente do organismo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista coletiva.
“Consideramos que existem todos os elementos necessários para iniciar os procedimentos nacionais requeridos” para a “aprovação formal” dos instrumentos de financiamento através do MME (Mecanismo Europeu de Estabilidade) disse Dijsselbloem, que também é ministro holandês de Finanças.
O Chipre terá que fornecer ele mesmo 13 bilhões de euros ao valor total. Deste modo o valor total do programa será de 23 bilhões, e não 17 bilhões como estava previsto inicialmente.
Dijsselbloem explicou além disso que os ministros receberam informação sobre a auditoria independente sobre lavagem de capitais que o Chipre se comprometeu a realizar e disse que Nicósia garantiu que há um especialista trabalhando no país nesta questão.
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A auditoria externa deve certificar o cumprimento das normas contra a lavagem de dinheiro no Chipre para tranquilizar seus sócios da eurozona, que tinham expressado dúvidas sobre o empréstimo ao alegar que os bancos cipriotas não impediram as fraudes cometidas por clientes russos, acusação negada pelo governo da ilha.
Este trabalho deverá estar finalizado antes do primeiro desembolso” da ajuda para o Chipre, que se dará em meados de maio, segundo o responsável do MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), Klaus Regling. O prazo para pagamento do crédito será entre 15 e 30 anos.
O vice-presidente da Comissão Europeia e representante de Assuntos Econômicos e Monetários do bloco, Olli Rehn, felicitou o acordo político, que “abre agora caminho para os procedimentos nacionais”.
“Espero uma bem-sucedida finalização do processo para o final da próxima semana”, indicou o finlandês ao explicar que a aprovação dos parlamentos nacionais permitirá a assinatura do Memorando de Entendimento, que estabelece as condições do resgate e o início efetivo do programa.
Rehn confirmou que a UE (União Europeia) irá enviar 9 bilhões de euros e o FMI mais um bilhão.