O anúncio de resultados negativos nas economias asiáticas e européia deu o tom do cenário financeiro internacional hoje (22). O BCE (Banco Central Europeu) informou, no boletim de janeiro, que a zona do euro sofre “enfraquecimento significativo”, enquanto Japão, China e Coréia do Sul divulgaram dados que indicam desaceleração forte na economia. Na China, o PIB (Produto Interno Bruto) encerrou 2008 com o registro mais fraco em sete anos: 6,8% no quarto trimestre, ante 9% no terceiro.
O BCE afirmou que as perspectivas para os países da zona do euro estão limitadas por um “grau de incerteza excepcionalmente alto”. De acordo com o banco europeu, o arrefecimento da economia deve persistir por vários trimestres. Conforme afirma o boletim de janeiro, “a demanda global e da zona do euro vão cair durante um período de tempo prolongado”, já que o impacto das tensões financeiras na atividade econômica continua.
A instituição reduziu na semana passada as taxas de juros em meio ponto percentual, chegando a 2%, um nível historicamente baixo. Desde 8 de outubro de 2008, o Conselho do BCE cortou 2,25 pontos. “A decisão levou em conta que as pressões inflacionárias diminuíram mais, devido especialmente ao maior enfraquecimento das perspectivas econômicas”, argumentou o BCE.
Os efeitos da crise econômica mundial vêm sendo sentidos com força total na Ásia, conforme denunciam os recentes índices das economias de Coréia do Sul, China e Japão – país que chegou a anunciar recessão em novembro de 2008, após retração de 0,1% no terceiro trimestre.
Em sua reunião mensal, o Banco do Japão (BOJ) reduziu as previsões de crescimento que estabelecera ao término do ano fiscal 2008. Descartou o crescimento zero que previra anteriormente para 2009 e preferiu falar de uma recessão de 2%. De acordo com suas estimativas, a recuperação não começará até 2010.
Companhias japonesas como a Sony sofreram as primeiras perdas operacionais de suas histórias e se uniram a outros grandes grupos como Toyota, NEC e Nissan em seus programas de demissões. A empresa anunciou hoje que no ano fiscal de 2008 teve os primeiros prejuízos líquidos e operacionais em 14 anos, de US$ 1,679 bilhão e US$ 2,915 bilhões, respectivamente.
A companhia pode demitir mais de 2 mil empregados e fechar uma das duas fábricas de televisores no Japão, como parte do plano de reestruturação, afirmou hoje o jornal Nikkei.
Coréia do Sul tem pior crescimento em 10 anos
Más notícias também foram recebidas pelos sul-coreanos, que despertaram hoje com a informação de que o PIB no ano passado foi o pior em 10 anos. O banco central da Coréia do Sul informou que, no último trimestre, a economia sofreu retração de 5,6% frente aos três meses anteriores, e de 3,4% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Para o ano que passou, o banco reduziu a previsão de 3,7% para 2,5%.
Na China, economia que mais cresce no mundo, a crise compromete os excelentes índices colecionados até o início da crise. No último trimestre de 2008, o PIB cresceu 6,8%, levando a média anual para 9%, a mais baixa desde 2001.
Embora os líderes do regime chinês tenham reiterado nos últimos anos que o objetivo era basear o crescimento na demanda interna, as crises nos Estados Unidos, na União Européia e no Japão, os três principais mercados da China, forçaram o fechamento de mais de 670.000 fábricas no país e afetaram fortemente o mercado imobiliário.
NULL
NULL
NULL