Agência Efe
O reverendo sul-coreano Sun Myung Moon, ao lado de sua esposa, em um dos casamentos coletivos
O controverso reverendo sul-coreano Sun Myung Moon, homem de negócios e fundador da Igreja da Unificação, morreu neste domingo (02/09) em um hospital de Seul, aos 92 anos, segundo a agência oficial local Yonhap. Seu falecimento foi confirmado pelo website de sua igreja. Moon foi hospitalizado em julho depois de sofrer complicações em decorrência de uma pneumonia.
Na semana passada, o líder religioso foi transferido ao hospital Saint Mary, em Seul, para um centro médico pertencente à seita, também na capital, mas não resistiu.
A Igreja da Unificação foi fundada por Moon em 1954. Ela é conhecida , entre outra razões, por se envolver em escândalos e organizar grandes cerimônias de casamento, com milhares de casais. A igreja reivindica ter três milhões de adeptos em mais de 200 países.
Moon teve uma vida pública ativa até recentemente. Em março, realizou um casamento coletivo para 2,5 mil pessoas e liderou um serviço religioso para mais de 15 mil pessoas em julho.
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Ele já havia deixado o comando diário da operações da igreja, que tem a sua sede em Seul, para um de seus filhos, e a gerência do Tongil Group, com atividades nas áreas de construção, resorts, agências de viagens e um jornal, para um outro filho.
Muitas de suas atividades eram questionadas. Moon chegou a ser preso por seis oportunidades chegando a responder por crimes como tráfico de armas e aliciamento de jovens. Em 2004, ele se autoproclamou “o escolhido de Jesus Cristo para salvar a humanidade”, em Washington, durante um encontro com congressistas norte-americanos.
Doutrina
Aos 16 anos, quando ainda vivia na Coreia do Norte, onde nasceu, o reverendo disse ter tido uma revelação feita pessoalmente por Jesus Cristo, que teria lhe dado a tarefa de terminar a missão para salvar a humanidade. O episódio o teria “inspirado” a desenvolver uma doutrina que defende o trabalho e o fortalecimento do casamento e da família como princípios fundamentais do ser humano. Caberia a ele criar a família ideal e, a partir dela, a uma nação e um mundo ideais. Essa era uma razão dos grandes casamentos, a maioria deles arranjados, já que o próprio Moon determinava quem deveria casar com quem para formar as famílias ideais. Os casais recebiam as bênçãos dele e de sua mulher, Hak Ja Han Moon.
No Brasil, a igreja tem forte presença principalmente no Mato Grosso do Sul. A instituição foi investigada em 2002 por lavagem de dinheiro.
A Igreja, através da Associação das Famílias para a Unificação e a Paz Mundial, instalou-se, nos anos 90, em área situada em municípios do sudoeste sul-mato-grossense, chegando a ter um total de 16 fazendas. Um dos projetos mais conhecidos é a fazenda New Hope, de 22 mil hectares. A igreja também investe em esporte, possuindo seis times de futebol, sendo dois no Brasil: o Atlético, de Sorocaba, e o CENE (Centro Esportivo Nova Esperança), de Campo Grande.
O movimento foi acusado pelo Ministério Público Federal brasileiro de lavagem de dinheiro e ameaça à soberania nacional, pois entre outras denúncias, foi acusado de tentar fundar uma nova nação.