Cinco dias após assumir o Ministério de Minas e Metalurgia da Bolívia, Milton Gómez deixou o cargo. Acusado de corrupção, foi exonerado pelo presidente Evo Morales.
As suspeitas remetem à época em que Gómez foi presidente do Fundo Nacional de Saúde, entre 2003 e 2005. Ele enfrenta quatro denúncias judiciais, feitas pelos poderosos sindicatos de mineradores, por conduta antieconômica e não-cumprimento de metas. O ministro demitido foi dirigente dos sindicatos e comandou a Central Operária Boliviana na década de 80, segundo a agência estatal ABI.
Ele foi substituído por José Pimentel, também líder sindical e militante do MAS (Movimento ao Socialismo), o partido de Evo Morales. Pimentel também é alvo de acusações de corrupção.
“Lamentamos essa mudança tão rápida de um ministro. Qualquer cidadão tem o direito de assumir sua defesa legal perante a Justiça”, lamentou o presidente.
Recentemente, o governo anunciou o investimento de 60 milhões de dólares na indústria da mineração, com o intuito de investir no ferro da região de Mutún e no lítio do Salar do Uyuni. Nesta semana, a administração Morales divulgou que as reservas de lítio podem corresponder ao dobro do previsto inicialmente.
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Gabinete
O presidente Evo Morales nomeou no último sábado, um dia após a posse, um novo gabinete para seu segundo mandato, com a renovação de mais da metade dos ministros e a distribuição de cargos cumprindo a paridade de gênero, a exemplo do que fez Michelle Bachelet no Chile. Dez homens e dez mulheres compõem agora o governo da Bolívia, que tem sete ministros antigos e 13 novos.
Chuvas
O governo boliviano decretou hoje (29) estado de emergência devido às tempestades que assolam o país desde o meio de dezembro e já afetaram mais de 22 mil famílias. Até agora, oito pessoas morreram e mais de 100 mil ficaram desabrigadas.
Evo Morales, que visitou o sul de La Paz, região mais afetada da capital, explicou que a declaração de estado de emergência nacional permitirá aos prefeitos e governadores regionais atender de forma imediata e efetiva os problemas decorrentes das chuvas, inundações e deslizamentos.
Martín Alipaz/EFE
Homem carrega pertences em região afetada de La Paz
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