O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, classificou nesta quinta à noite (20/02) como um “golpe contra a democracia” a decisão que o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país tomou de rejeitar sua candidatura ao Senado para as eleições de maio.
“A decisão do TSE é um golpe contra a democracia. Os membros do TSE sabem que cumpro todos os requisitos para ser candidato [a senador por Cochabamba[. O objetivo final é a proscrição do MAS [ Movimento ao Socialismo, partido de Morales]”, afirmou, pelo Twitter.
Em uma entrevista coletiva à imprensa na quinta, o presidente do órgão eleitoral, Salvador Romero, disse que a decisão foi tomada “pelo incumprimento do requisito de residência permanente” por parte do ex-mandatário, que, após o golpe de Estado que o derrubou em 10 de novembro do ano passado, se exilou no México e na Argentina.
La decisión del Tribunal Supremo Electoral es un golpe contra la democracia. Los miembros del @TSEBolivia saben que cumplo todos los requisitos para ser candidato. El objetivo final es la proscripción del MAS.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) February 21, 2020
Jose Lirauze / ABI
Morales teve candidatura rejeitada pelo TSE da Bolívia
Pelo mesmo motivo, a candidatura do ex-chanceler Diego Pary como senador por Potosí também foi inabilitada. “O Tribunal Supremo Eleitoral, ao inabilitar-me, assume uma decisão política, que se alheia das leis, da Constituição boliviana e da jurisprudência internacional”, afirmou. Pary disse que cumpriu “absolutamente com todos os requisitos, como estabelece a regulamentação aprovada pelo mesmo TSE”.
Por sua vez, a postulação do ex-ministro da Economia Luis Arce à presidência do país foi aceita. Para ele, a decisão que rejeitou as candidaturas de Morales e Pary “evidencia que não há garantias para eleições livres, democráticas e justas na Bolívia. Condenamos esta ação. Voltaremos”, escreveu.
“Apesar das rejeições ilegais do TSE a nossos irmãos (…), o povo boliviano terá o desafio de expressar seu desejo de ter um país estável, com crescimento econômico e justiça social em 3 de maio”, finalizou.
(*) Com teleSUR