O ex-boxeador Emile Griffith, campeão mundial em duas categorias de peso (meio-médio e médio), morreu nesta terça-feira (23/07) aos 75 anos em Hempstead, Nova York. Griffith, além da fama alcançada dentro dos ringues – 85 vitórias (23 por nocaute) e 24 derrotas -, foi o primeiro campeão mundial de boxe a assumir sua bissexualidade. O ex-boxeador fez essa afirmação no livro Nine… Ten… And Out!, do amigo e biógrafo Ron Ross, publicado em março de 2008.
Divulgação
Griffith nasceu nas Ilhas Virgens e se radicou nos EUA, onde construiu uma vitoriosa carreira como boxeador
Ganhou destaque na história do boxe o episódio no qual provocou a morte do cubano Benny “Kid” Paret, que o chamou de “homossexual” antes de uma luta e, em outro combate, apontou para ele e rebolou. O castigo aplicado pelo nativo das Ilhas Virgens radicado nos EUA durante o combate colocou o rival em coma. No 12º assalto, Griffith atingiu 21 golpes consecutivos em Paret, que tinha seu corpo sustentado só pelas cordas -ele morreu dias depois. O massacre foi acompanhado ao vivo pela TV por cerca de 14 milhões de telespectadores.
NULL
NULL
Não foram raras as vezes em que deixou de atender seus próprios compromissos para dirigir a equipe de beisebol “The Griffs” para não decepcionar a equipe formada por crianças carentes. Décadas após pendurar as luvas, Griffith, então figura assídua na comunidade gay, assumiu em 2006 a presidência da Stonewall Veterans Association, uma associação homossexual de Nova York.
O Conselho Mundial de Boxe (CMB) decretou três dias de luto pela morte de Griffith, que sofria de demência pugilística, uma doença neurodegenerativa que pode afetar pugilistas amadores ou profissionais, e não era mais visto publicamente.