O ex-governador uruguaio Oscar Lafluf sugeriu a criação
de um parque na região da fronteira com a Argentina, país com o qual o
Uruguai mantém um conflito diplomático, em símbolo “da irmandade” entre
as duas nações. A iniciativa ocorre um dia antes da deliberação
do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, sobre a divergência
quanto à fábrica de pasta de celulose UPM, ex-Botnia.
Amanhã, a corte
anunciará sua decisão sobre o processo argentino contra a instalação da
companhia.
Localizada na cidade uruguaia de Fray Bentos, na
divisa com a argentina Gualeguaychú, a indústria é acusada por ambientalistas do país vizinho de poluir o rio Uruguai.
Por este motivo,
eles bloqueiam desde 2006 a ponte binacional General San Martín. Por
sua parte, o governo argentino questiona o fato de Montevidéu ter
tomado uma decisão de forma unilateral, o que violaria um tratado
bilateral.
Lafluf, que governou o departamento de Río Negro, cuja
capital é Fray Bentos, disse ainda que o parque poderia se localizar
na zona da ponte General San Martín.
Em campanha para as eleições
departamentais, que acontecerão em maio, o ex-governador anunciou que,
se eleito, impulsionará tal projeto.
Segundo ele, a ideia é criar
um espaço verde com capacidade para cerca de 40 mil pessoas, onde
haverá “atividades comuns”. Ele afirmou esperar que o veredicto de
amanhã “sirva para acabar com o bloqueio”.
“O mais importante
será recompor a relação entre os dois povos” e será necessário “muito
tempo”, declarou à Ansa.
Além de ser uma das mais fortes crises
vividas por Argentina e Uruguai, os protestos de argentinos na fronteira
tiveram grande impacto na vida dos cidadãos de Fray Bentos, com o
fechamento de vários comércios e a diminuição do número de turistas na
região.
A sentença de Haia deverá ser anunciada às 15h locais
[10h no horário de Brasília]. Logo depois do parecer, os chanceleres dos
dois países – Luis Almagro, do Uruguai, e Jorge Taiana, da Argentina –
coordenarão uma reunião entre seus respectivos presidentes, José Mujica e
Cristina Kirchner.
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