O ex-primeiro-ministro búlgaro Boiko Borisov pediu nesta quinta-feira (16/05) anulação das eleições realizadas no domingo (12), argumentando que a lei eleitoral foi violada. Na ocasião, foi divulgada uma notícia de apreensão de cédulas fraudulentas vinculadas com seu partido, o Gerb, um dia antes do início das votações.
“Hoje ou amanhã, iremos ao Tribunal Constitucional para que a eleição seja invalidada devido ao escândalo das cédulas do dia anterior à votação”, anunciou o cabeça de lista do Gerb, cujo governo renunciou em fevereiro passado diante da onda de protestos da população.
Borisov argumentou que é melhor que o país realize novas eleições, porque a divisão de cadeiras bloqueia a formação de um Governo estável.
A Polícia búlgara apreendeu 350 mil cédulas eleitorais fraudulentas durante a véspera do pleito parlamentar do domingo e uma agência de notícias afirmou no dia que os cartões procediam de uma gráfica propriedade de um vereador do GERB.
“Deus é testemunha de que não temos nada a ver com esta gráfica nem com a encomenda de cédulas”, insistiu hoje Borisov, que estimou que o novo pleito poderia acontecer dentro de seis semanas.
“Na véspera da eleição um indíviduo não identificado lançou uma bomba ao anunciar a operação (policial) e não se sabe como teve conhecimento disso para comparecer a essa gráfica e começar a falar de manipulação. Ao mesmo tempo, todos os partidos quebraram o silêncio, dando entrevistas extraordinárias e fazendo propaganda”, denunciou Borisov.
A apuração definitiva dá ao Partido Socialista 84 deputados, 36 para a formação da minoria turca, DPS, e 23 para os ultranacionalistas e xenófobos do Ataka. A matemática parlamentar e os confrontos e negativas de vários partidos a se coligar desenham um cenário complicado para a formação de um novo Governo.
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