Quinta-feira, 12 de junho de 2025
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Um tribunal da cidade de Cobija, no norte da Bolívia, sentenciou nesta terça-feira (29/03) a cinco anos de prisão o ex-senador opositor boliviano Roger Pinto Molina, no Brasil desde 2013, para onde fugiu com ajuda de quem hoje é chefe de gabinete do Itamaraty.

A diretora nacional Anticorrupção da Procuradoria Geral do Estado, Fanny Alfaro Vaquila, informou por meio de um comunicado que Molina recebeu a sentença de cinco anos por crimes de conduta antieconômica, resoluções contrárias à Constituição e às leis, descumprimento de deveres e uso indevido de influências.

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Os fatos remetem ao ano 2000, quando, segundo a sentença, Molina realizou uma venda ilegal de terrenos quando era presidente da Zona Franca de Cobija, no norte amazônico da Bolívia. Outros três funcionários receberam sentenças de um a cinco anos no mesmo processo por crimes relacionados.

Segundo as autoridades bolivianas, Molina tem uma sentença anterior por um prejuízo econômico ao Estado por uma soma de US$ 1,5 milhão, que foi ditada em 2013 sobre um caso que também data do ano 2000.

 

Agência Efe

Ex-senador Roger Pinto Molina foi condenado a cinco anos de prisão na Bolívia

Roger Pinto Molina ingressou na embaixada do Brasil em La Paz em 2012, quando era senador, alegando perseguição política; depois, veio para território brasileiro com a ajuda do diplomata Eduardo Paes Saboia

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Molina ingressou na embaixada do Brasil em La Paz em 2012, quando era senador, alegando perseguição política do governo de Evo Morales, e mais tarde fugiu para território brasileiro com a ajuda do diplomata Eduardo Paes Saboia, que foi promovido a chefe de gabinete do Ministério das Relações Exteriores na quarta-feira passada (22/03).

O diplomata, então encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, embarcou Molina em um automóvel oficial da embaixada que o conduziu, escoltado por soldados brasileiros, até a cidade de Corumbá, à qual chegou em agosto de 2013 sem que o governo boliviano tivesse expedido o devido salvo-conduto de saída.

Este fato provocou uma crise diplomática entre os dois países que acabou com a renúncia do então chanceler Antonio Patriota sob a presidência de Dilma Rousseff.

O Brasil não mostrou até o momento predisposição de tramitar a extradição do ex-senador Molina, razão pela qual as autoridades bolivianas não esperam que o político ingresse na prisão pela nova sentença.